Após pronunciamento de Bolsonaro sobre coronavírus, Paulo Câmara critica distorção de palavras de diretor da OMS

"O presidente pode até distorcer palavras, o que é lamentável, por tirá-las de contexto e, assim, desrespeitar a fonte e o verdadeiro significado. Mas ele não conseguirá se desviar da realidade", disse Câmara
Mayra Cavalcanti
Publicado em 01/04/2020 às 7:33
Paulo Câmara, governador de Pernambuco pelo PSB, destacou o trabalho feito por Severino Cavalcanti durante a sua trajetória política Foto: Foto: JC Imagem


O governador Paulo Câmara (PSB) fez uso de sua conta em uma rede social para criticar o pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em rede nacional, na noite dessa terça-feira (31). "O presidente pode até distorcer palavras, o que é lamentável, por tirá-las de contexto e, assim, desrespeitar a fonte e o verdadeiro significado. Mas ele não conseguirá se desviar da realidade. Precisamos salvar vidas, com o isolamento social", disse o gestor.

Durante o quarto pronunciamento feito por Bolsonaro sobre a pandemia do novo coronavírus, o presidente adotou um tom mais brando sobre o que havia dito pela manhã no Palácio do Planalto, mas continuou a distorcer a fala do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, sobre a situação econômica dos grupos mais vulneráveis. Foi sobre esta parte do discurso que Paulo Câmara criticou o presidente, afirmando que "está junto" com as orientações da OMS, do Ministério da Saúde e das autoridades sanitárias de Pernambuco.

"O Governo Federal precisa pagar a Renda Básica, já aprovada pelo Congresso Nacional, para fazer algo concreto pelo que tanto defende, só em discursos. O povo precisa de providências efetivas por parte do governo central", declarou, por fim, o governador. No pronunciamento, o presidente defendeu o "pacto pela vida e pelos empregos". "O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a doença", disse.

Pronunciamento de Bolsonaro

Bolsonaro, durante o pronunciamento, também citou o discurso de Tedros Adhanom. "(Ele) disse saber que 'muitas pessoas, de fato, têm que trabalhar todos os dias para ganhar seu pão diário' e que 'os governos têm que levar essa população em conta'. Continua ainda 'se fecharmos ou limitarmos movimentações, o que acontecerá com essas pessoas que têm que trabalhar todos os dias e que têm que ganhar o pão de cada dia todos os dias?", comentou.

Nesta terça-feira, por meio das redes sociais, o diretor-presidente da OMS, sem citar o presidente brasileiro, disse que pessoas sem renda merecem ter a dignidade garantida e convocou os países a desenvolverem políticas que forneçam proteção econômica a essas pessoas.

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