O jornal norte-americano The Washington Post publicou um texto editorial, nesta terça-feira (14), classificando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o pior entre os líderes mundiais que minimizam a pandemia do novo coronavírus.
>> Acompanhe as últimas notícias sobre o novo coronavírus
>> Brasil registra recorde de mortes por coronavírus em 24 horas; pela 1ª vez número passou de 200
"De longe, o caso mais grave é o do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Quando a doença começou a se espalhar no País, o populista de direita minimizou o coronavírus, chamando de 'uma gripezinha', e pediu aos brasileiros que 'enfrentassem o vírus como um homem, não um menino'. Pior, o presidente tentou repetidamente minar as medidas tomadas pelos 27 governadores para conter o surto", diz trecho do texto.
O Washington Post colocou Bolsonaro ao lado dos líderes do Turcomenistão, Gurbanguly Berdymukhamedov, que baniu o uso da palavra coronavírus no país; da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que recomendou saunas e vodca para prevenir o vírus; e da Nicarágua, Daniel Ortega, que em meio à pandemia não aparece há mais de um mês.
O jornal norte-americano mencionou ainda os panelaços contra o governo e as divergências de Bolsonaro com os governadores e com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
"Governadores e o ministro da Saúde de Bolsonaro estimulam a população a desconsiderá-lo, e manifestantes em várias cidades estão batendo panelas em protesto. Uma pesquisa mostrou que 76% das pessoas aprovam o tratamento convencional da crise pelo ministro da Saúde, em comparação com 33% que apoiam o de Bolsonaro."
No final do editorial, o Washington Post sugere que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, faça uma ligação para aconselhar Bolsonaro. "O desempenho dos EUA melhorou desde que o presidente Trump deixou para trás sua própria retórica minimizadora no mês passado e apoiou os esforços de contenção recomendados pelos profissionais de saúde. Ele poderia fazer um grande favor ao Brasil telefonando para Bolsonaro, que tem sido um aliado político, pedindo que ele faça o mesmo".
O Brasil registrou na tarde desta terça-feira (14) um novo recorde no número de mortes por coronavírus (covid-19), no período de 24 horas. Segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), de segunda (13) até hoje, 204 óbitos em decorrência do vírus foram confirmados.
A quantidade de casos detectados teve uma elevação de 8% e está em 25.262. Já os falecimentos somam 1.532, com a taxa de letalidade em 6,1%, maior que os 5,7% de ontem. Pernambuco segue como o terceiro Estado em quem mais morreram pessoas, 115 até o momento. Os dois primeiros da lista são: São Paulo (695) e Rio de Janeiro (224), respectivamente. Tocantins continua sem registrar óbitos.
>> Instituto desenvolve teste rápido para detectar coronavírus
>> Balanço de mortos por coronavírus passa de 3.000 na América Latina
Também foram registradas mortes no Ceará (107), Amazonas (90), Paraná (36), Maranhão (32), Minas Gerais (27), Santa Catarina (26), Bahia (22), Pará (19), Rio Grande do Norte (18), Rio Grande do Sul (18), Distrito Federal (17), Espírito Santo (17), Paraíba (16), Goiás (15), Piauí (8), Amapá (6), Sergipe (4), Mato Grosso do Sul (4), Alagoas (4), Mato Grosso (4), Acre (3), e Roraima (3) Rondônia (2).
Em números de casos, São Paulo (9.371), seguido por Rio de Janeiro (3.419), Ceará (2.005), Amazonas (1 484), Pernambuco (1.284), Minas Gerais (884) e Santa Catarina (826), são os mais afetados.
Representantes do governo federal participaram de coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto. Estiveram presentes os ministros da Casa Civil, Braga Netto; da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; da Cidadania, Onyx Lorenzoni; da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.
Todos os dias, de domingo a domingo, sempre às 20h, o Jornal do Commercio divulga uma nova newsletter diretamente para o seu email sobre os assuntos mais atualizados do coronavírus em Pernambuco, no Brasil e no mundo. E como faço para receber? É simples. Os interessados podem assinar esta e outras newsletters através do link jc.com.br/newsletter ou no box localizado no final das matérias.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em dezembro de 2019 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.