Depois de ser duramente criticado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o líder da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também concedeu uma entrevista ao Jornal da CNN, da CNN Brasil. Maia afirmou que não vai responder ao chefe do governo brasileiro no nível que ele (Bolsonaro) quer. "O presidente não vai ter de mim ataques. Ele joga pedras, o Parlamento vai jogar flores ao Governo Federal", destacou.
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Rodrigo Maia acusou Bolsonaro de usar as críticas como uma espécie de "truque" para tirar o foco do assunto mais falado desta quinta-feira (16): a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. Quem assumiu a pasta foi o oncologista Nelson Teich. "O presidente ataca como um velho truque de política, para mudar de assunto. Para nós, o assunto continua sendo a saúde", informou.
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O líder da Câmara apontou que a saída de Mandetta da saúde, em meio à pandemia do novo coronavírus, assusta, mas que é preciso dar uma chance a Teich. "Vamos dar uma chance ao novo ministro, mas a saída de Mandetta assusta", alegou Maia que comparou o momento vivido no País a uma guerra, onde se trocou o principal general.
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Ainda na entrevista, Rodrigo ressaltou que a fase atual do mundo requer união e que não se pode escolher a quem vai salvar. "A crise é horizontal, o isolamento é horizontal, não vertical. Não escolhemos quem vamos salvar", lembrou, referindo-se à proposta do presidente da República, que defende que somente as pessoas do grupo de risco da covid-19 adotem o isolamento social.
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Por fim, o deputado citou as propostas que estão em pauta na Casa para tentar minimizar os efeitos causados pela pandemia desenfreada a covid-19. Ele falou sobre a aprovação do Orçamento de Guerra, a ampliação da renda básica emergencial e a criação de uma linha de crédito para o microempreendedor. Ao concluir a entrevista, Rodrigo Maia disse: "Não podemos criar mais inseguranças. Presidente, conte com a Câmara".