Renata Monteiro
Publicado em 20/04/2020 às 13:15
Entidades municipalistas divulgaram, nesta segunda-feira (20), documentos em que dizem não concordar com movimentos que coloquem em risco a democracia no Brasil, como as manifestações pedindo, entre outras coisas, a volta do AI-5 e o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), registradas no domingo (19) em várias cidades. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) divulgaram notas lamentando os atos e criticando a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesse tipo de ação.
"O sistema de pesos e contrapesos que sustenta a democracia brasileira foi, mais uma vez, desavergonhadamente testado nesse domingo, 19. O presidente da República, Jair Bolsonaro, em mais um despropósito, participou de manifestação que bradava pelo fechamento do Congresso Nacional", diz trecho do documento divulgado pela FNP.
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Na nota, a entidade lembra que o papel do presidente da República não é "tergiversar sobre a democracia" e que nem mesmo "na caserna" deve-se flertar com a ditadura, "sob pena de o capitão perder seu cargo para um general". A FNP ressalta, ainda, que a preocupação do chefe do Executivo nacional deveria ser o combate ao novo coronavírus.
"Está na hora de instituir o gabinete da esperança, o gabinete da federação, o gabinete do Brasil, porque o ódio está levando o país para um cenário ainda mais sombrio, que já traz constrangimentos até às forças armadas e ridiculariza o país internacionalmente. É lastimável que em meio a milhares de velórios trágicos e rápidos, o iminente colapso do sistema de saúde e a incerteza diante da pandemia que apavora, o Brasil siga esse torpe caminho, siga nessa encruzilhada", conclui o documento.
A CNM, por sua vez, direcionou carta aberta ao Congresso Nacional parabenizando a Câmara dos Deputados e o Senado pelo trabalho realizado em meio à pandemia de covid-19 e destacando que “o movimento municipalista não concorda com ações que coloquem em risco a democracia e parabeniza as Casas pela capacidade de criar consensos, viabilizando resposta rápida e em escala necessária para o enfrentamento da calamidade”.