Com Estadão Conteúdo
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse que foi "covardia" as agressões sofridas por jornalistas em uma manifestação pró-governo, que foi realizada nesse domingo (3), em Brasília.
"Sou contra qualquer tipo de covardia e agredir quem está fazendo seu trabalho não faz parte da minha cultura", disse Mourão ao ser questionado sobre o assunto pela Folha de S.Paulo.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se pronunciou sobre o assunto nesta segunda-feira (4) por meio das redes sociais. Na publicação ele atribuiu as agressões sofridas pelos profissionais a "possíveis infiltrados".
Bolsonaro esteve presente na manifestação, mas disse que não viu a violência ao fotógrafo Dida Sampaio e outros membros da equipe de reportagem. Na mesma publicação, o presidente criticou o destaque dado pela emissora Rede Globo ao ocorrido.
"Até agora não vi, em dias anteriores a TV Globo sair em defesa de uma senhora e filha que foram colocadas à força dentro de um camburão por estarem nadando em Copacabana, outra ser algemada por estar numa praça em Araraquara/SP ou um trabalhador também ser algemado e conduzido brutalmente para uma DP no Piauí", afirmou.
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O presidente disse condenar a violência e alegou que não viu a agressão pois estava na área cercada do Palácio do Planalto.
"Também condenamos a violência. Contudo, não vi tal ato, pois estava nos limites do Palácio do Planalto e apenas assisti a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um governo eleito, a democracia e a liberdade", declarou o presidente da República.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro agrediram com chutes, murros e empurrões a equipe de profissionais do jornal O Estado de S.Paulo que acompanhavam uma manifestação pró-governo. O fotógrafo Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente a rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, numa área restrita para a imprensa quando foi agredido.
Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros nele. O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os manifestantes gritavam palavra de ordem como "fora Estadão".
Os dois profissionais precisaram deixar o local rapidamente para uma área segura e procuraram o apoio da Polícia Militar. Eles deixaram o local escoltados pela PM. Os profissionais passam bem. Os repórteres Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estadão, foram insultados, mas sem agressões físicas.