O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira (7), que irá vetar o trecho do projeto de ajuda aos estados que abre a possibilidade de reajuste salarial para servidores públicos até dezembro de 2021. O presidente acatou ao pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse o reajuste iria atrapalhar o Brasil a enfrentar a crise causada pelo coronavírus.
"O que nós decidimos? Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia. E não é de maneira cega, não. É de maneira consciente e com razão. E se ele acha que deve ser vetado, esse dispositivo, assim será feito. Nós devemos salvar a economia, porque economia é vida", disse Bolsonaro.
O presidente e o ministro falaram com a imprensa após uma visita não prevista ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além deles, estavam presentes empresários da indústria para uma conversa com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.
Na primeira versão, o projeto, que foi aprovado nessa quarta-feira, previa que a ajuda financeira da União dos estados tinha, entre as contrapartidas, teria o congelamento nos salários do servidores. No entanto, durante a tramitação no Congresso, parlamentares incluíram categorias que poderiam ter o reajuste salarial.
Na segunda-feira (27), Paulo Guedes, pediu que o funcionalismo público não peça aumento por um ano e meio.
"Vamos descentralizar recursos para Estados e municípios e lançar outra camada de proteção aos brasileiros, mas, ao mesmo tempo, com contrapartida. Precisamos que o funcionalismo mostre que está com o Brasil, não vai ficar em casa trancado de geladeira cheia e assistindo a crise, enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego, eles vão colaborar, vão ficar sem pedir aumento por um tempo, o presidente disse ninguém tira direito, ninguém tira salário, mas por atenção aos brasileiros, não peçam aumento por um ano e meio, contribuam com o Brasil", afirmou Guedes.