O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou, nesta quarta-feira (20), a saída da atriz Regina Duarte do cargo de secretária especial da Cultura. Em publicação em uma rede social, Bolsonaro afirmou que ela assumirá a Cinemateca em São Paulo.
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"Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias."
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Desde o início do mandato de Bolsonaro, a secretaria teve alta rotatividade em razão de polêmicas na pasta e em órgãos vinculados a ela.
No dia 5 maio, por exemplo, o governo renomeou maestro Dante Mantovani como presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) que tinha sido exonerado por Regina no primeiro dia da atriz à frente da secretaria.
Segundo o blog da comentarista do G1 e da TV Globo Andréia Sadi, Regina não foi informada e "não entendeu" a nomeação. Mantovani foi exonerado no mesmo dia e o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, justificou as mudanças por "questões internas".
A saída de Regina Duarte do governo já era um desejo da ala ideológica próxima ao presidente, conforme informou a colunista Andréia Sadi nesta terça.
Questionado sobre a permanência de Regina no governo, Jair Bolsonaro disse que só presidente e vice não podem ser trocados.
A ala política do Planalto tentava afastar as especulações sobre a possibilidade de saída de Regina, mas já havia se frustrado com a fala do presidente sobre a secretária na semana passada.
Em sua última aparição antes da demissão, Regina Duarte fez declarações polêmicas a respeito de regimes ditatoriais e bateu-boca com os apresentadores da bancada da CNN. Para Regina, as pessoas não devem ficar carregando o peso de mortes que ocorram em décadas passadas e citou os crimes de Stálin e Hitler. “Se ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70, 80, a gente não vai para a frente”, disse.