O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comentou em sua conta oficial no Twitter, neste sábado (30), o pedido de investigação contra ele que foi encaminhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello ao procurador-geral da República, Augusto Aras. A notícia-crime pede que o filho do presidente Jair Bolsonaro seja investigado por incitação à subversão da ordem política ou social, depois de ter falado em "ruptura".
"É instrumento do parlamentar o falar e essa atitude do ministro Celso de Mello vai na contramão do ofício de um deputado", diz Eduardo, em um vídeo publicado na rede social. Eduardo cita o artigo 53 da Constituição Federal, que versa sobre a imunidade parlamentar. "Vocês vão ver que, sobretudo, eu falo que aquilo é a minha opinião", afirma. O filho do presidente diz, também, que um deputado não pode "ficar com medo de falar e expressar sua opinião" e que isso seria ruim para o eleitor.
"Então, a cada quatro anos, ao contrário do ministro Celso de Mello, o eleitor vai ter a oportunidade de me tirar do jogo político", afirma Eduardo Bolsonaro. No vídeo, o deputado fala, ainda, que as autoridades devem estar focadas na resolução dos problemas gerados pela pandemia de covid-19. "A gente não pode dar margem para que, durante essa pandemia, venham aplicar qualquer tipo de medida contra o presidente da República de maneira arbitrária ou contra qualquer parlamentar", diz.
No vídeo publicado neste sábado em sua conta no Twitter, Eduardo mostra trechos de suas falas em uma "live" do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que levaram ao pedido de investigação. "Eu até entendo quem tenha uma postura mais moderada, vamos dizer, para não chegar a um momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior... Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas, falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas sim de quando isso vai ocorrer", afirmou o deputado na "live".
O blogueiro Allan dos Santos foi um dos alvos da operação da Polícia Federal realizada na quarta-feira, 27, que mirou em empresários, apoiadores e políticos bolsonaristas investigados no chamado inquérito das fake news, que tramita junto ao STF.