Depois de diversas manifestações seguidas a favor de Bolsonaro durante a pandemia, quando vários Estados estavam de quarentena ou lockdown, as quais o próprio presidente também participou, mesmo estando em isolamento por determinações médicas em uma delas, manifestantes de todo o País contra o governo decidiram ir às ruas neste domingo (7), a favor da democracia.
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Nas redes sociais, o presidente da República fez uma manifestação na manhã deste domingo fazendo referência a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Por ser acusado de fascista e racista, pregando união, o chefe de Estado ressaltou que a tropa brasileira era "composta de negros, brancos e mestiços vivendo de forma harmônica e integrada", postulando a participação dos movimentos antirracistas e antifascistas nas manifestações de hoje.
Nesta semana, Bolsonaro pediu duas vezes que seus apoiadores não fossem às manifestações previstas para hoje, realizadas por movimentos contra o governo. "Não tenho qualquer ascendência sobre grupo nenhum, mas eu gostaria que o pessoal patriota, conservador, família, não comparecesse a evento nenhum domingo", pediu.
No Recife, com faixas escritas "Fora Bolsonaro" e "Somos a democracia", manifestantes contra Bolsonaro se reuniram em frente ao monumento Tortura Nunca Mais, na rua da Aurora, bairro da Boa Vista. Havia bastante policiamento no local.
Panelaços a favor da democracia e contra o presidente da República também foram registrados nos bairros da Zona Norte da cidade. No Twitter, internautas usaram a hashtag #ForaBolsonaro para comentar.
Manifestantes ocuparam neste domingo (7), parte da Esplanada dos Ministérios, em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro e a favor da democracia. Um outro grupo menor de manifestantes a favor do presidente também marcou presença em um dos lados da via central de Brasília.
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A exemplo das manifestações ocorridas em 2016, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os dois grupos de dividiram entre os dois lados da Esplanada. Do lado esquerdo da via, em sentido ao Congresso, estão os manifestantes que pedem a defesa da democracia e que pedem a saída de Bolsonaro. Do lado direito, poucos manifestantes se aglomeram em ato pró-Bolsonaro.
Uma multidão, a maioria vestida de preto e usando máscaras de proteção contra o coronavírus, tomou na tarde deste domingo uma das pistas da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, para protestar contra o racismo e a violência policial nas favelas da cidade. "Eu tô de preto, de favelado, que todo dia na favela é assassinado", era um dos principais gritos de guerra durante o trajeto aberto pela faixa "As mães negras não aguentam mais chorar". Críticas ao presidente Jair Bolsonaro também não faltaram e tiveram reforço por toda a cidade, com manifestações nas janelas de quem não foi à manifestação do Centro.
O ato homenageou menores mortos nas favelas por policiais, como Ágatha Félix, no ano passado; João Pedro, morto este ano; Marcos Vinícius, em 2018; e Maria Eduarda, em 2019, além de lembrar o assassinato até hoje sem esclarecimento da vereadora Marielle Franco, há dois anos. Também foram levantados cartazes com a frase "I can't breathe", dita pelo norte-americano preto George Floyd, assassinado nos Estados Unidos por um policial
Havia um grande número de policiais cercando a passeata por todo o trajeto e revistando os manifestantes constantemente, como não costuma ocorrer em outros protestos.
A manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro na capital paulista fechou um trecho da avenida Brigadeiro Faria Lima no Largo da Batata sentido Avenida Rebouças, próximo ao metrô.
Em outro ponto da cidade, um grupo de manifestantes a favor de Bolsonaro se reuniu na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, próximo ao prédio da Fiesp. Manifestantes carregavam faixas que pediam "intervenção militar" e com críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).