Em Pernambuco, ministro diz que governo Bolsonaro estuda retomada da Transnordetina ainda em 2020

"Nosso compromisso é ter atenção com o Nordeste", disse Rogério Marinho
Cássio Oliveira
Publicado em 22/06/2020 às 10:00
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), comandando por Rogério Marinho e vitrine eleitoral de Bolsonaro, recebeu R$ 14,5 bilhões e poderá usar o dinheiro em obras de infraestrutura, saneamento e projetos de irrigação, entre outros Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que as obras da Ferrovia Transnordestina podem retornar em 2020. No entanto, não há data, pois o governo federal tenta relicitar o trecho que corta Pernambuco para que as atividades sejam retomadas. Já no Ceará, o canteiro de obras será visitado pelo presidente Jair Bolsonaro na próxima sexta-feira (26).

"O trecho de Pernambuco, fazemos as tratativas para retirar da concessão já que a empresa teve dificuldade de prosseguir. A ideia é relicitar esse ano e já há interessado para que não haja descontinuidade da obras. A ideia é entregar para a iniciativa privada", explicou Rogério Marinho em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (22).

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O ministro está em Pernambuco para inaugurar a nova sede da Codevasf em Petrolina, com a presença da família Coelho. Durante o ato, foram assinadas liberações de recursos que somam R$ 17,8 milhões para a construção de cinco barragens nos municípios de Cabrobó, Cedro, Parnamirim, Santa Maria da Boa Vista e Terra Boa.

Às 19h, ele ainda assina a destinação de recursos para a Adutora do Agreste em reunião com o governador Paulo Câmara (PSB). O Governo Federal já investiu R$ 907 milhões do R$ 1,67 bilhão programado. Neste ano, o MDR desembolsou R$ 163,6 milhões, segundo o ministério. 

"O presidente Bolsonaro disse que as obras de segurança hídrica sejam prioridade. Então, estaremos com Paulo Câmara para liberar R$ 45 milhões em recursos para a Adutora do Agreste já que 90% dessa obra é federal. Nosso compromisso é ter atenção com o Nordeste e obras que dão segurança à sobrevivência do ser humano o presidente tem priorizado", disse o ministro.

Na agenda do ministro no Estado ainda consta a entrega 496 unidades habitacionais do Residencial Pomaresde Petrolina 1. As famílias contempladas viviam, anteriormente, em ocupações irregulares ou áreas de risco.

Recurso para o metrô do Recife também será liberado, de acordo com Marinho. O ministro vai participar de uma reunião com o presidente da Sudene, Evaldo Cruz Neto, e equipes técnicas do órgão. Na ocasião, também será autorizado o repasse de R$ 22,8 milhões para investimentos na infraestrutura de transporte público coletivo sobre trilhos no Grande Recife, por meio da CBTU.

Transnordestina

No projeto da Transnordestina, o empreendimento ligaria o Sertão ao Litoral, começando na cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, seguindo até Salgueiro, Sertão do Estado. Lá, a ferrovia se divide em dois trechos: um que corta Pernambuco e deveria chegar ao Porto de Suape – no Grande Recife – e o outro iria até o Porto de Pecém, nas proximidades de Fortaleza, no Ceará. As obras foram iniciadas em 2006. Agora, tem cerca de mil homens trabalhando em alguns trechos do Ceará e do Piauí, segundo o Ministério da Infraestrutura.

A intenção do governo federal é excluir o trecho pernambucano seria para “livrar a concessionária” das obrigações de investimento, de acordo com o ministro. Caso o concessionário tenha que fazer apenas a parte do Ceará, o investimento sairia dos R$ 7 bilhões e ficaria em torno dos R$ 4 bilhões.

A Ferrovia Transnordestina é um dos empreendimentos mais estruturadores da economia do Nordeste. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) chegou a recomendar que fosse declarada a caducidade da concessão da Transnordestina Logística S.A. (TLSA), uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tem a concessão para explorar o serviço ferroviário em todo o Nordeste.

Dos 1.752 quilômetros da ferrovia, foram implantados cerca de 600 km. Uma parte do que aparece como concluído nos documentos foi feito pela metade com os trilhos assentados em cima do barro, como mostrou uma reportagem do Jornal do Commercio, em 2016. As obras ficaram quase que totalmente paradas depois de 2014.

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