MP-RJ

Ministério Público do Rio intima Flávio Bolsonaro a depor sobre caso da 'rachadinha'

Investigação apura esquema de devolução do salário de assessores que supostamente vigorava no gabinete de Flávio enquanto ele era deputado estadual no Rio

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 02/07/2020 às 23:48 | Atualizado em 02/07/2020 às 23:52
JANE DE ARAÚJO/AGÊNCIA SENADO
Valor do imóvel é mais que o triplo do total de bens declarados por Flávio à Justiça Eleitoral em 2018 - FOTO: JANE DE ARAÚJO/AGÊNCIA SENADO

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e a esposa dele, Fernanda, foram intimados nesta quinta-feira (2). pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) a prestarem depoimento durante a próxima semana na investigação sobre o esquema de "rachadinha", a devolução do salário de assessores que supostamente vigorava no gabinete de Flávio enquanto ele era deputado estadual no Rio.

O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), do MP-RJ, agendou o depoimento de Fernanda para segunda-feira (6) Já o senador deve escolher entre a segunda ou a terça-feira (7) conforme preferir. A defesa do senador afirmou que essas datas são "uma sugestão" do MP.

O Gaecc investigava o caso desde abril de 2019, mas na semana passada o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) decidiu conceder foro especial ao senador e enviou o caso para a segunda instância. Desde então, o titular da investigação passou a ser o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem.

Como o Gaecc atua na primeira instância, a defesa de Flávio Bolsonaro alega que o grupo não tem poderes para seguir no caso e agendar depoimentos. Mas, em nota, o MP-RJ esclareceu que "a chefia institucional delegou aos promotores de Justiça do Gaecc/MP-RJ os poderes para prosseguir nas investigações até seu termo final".

Segundo o órgão, "o Gaecc/MP-RJ atua em auxílio ao promotor natural que, no caso, por conta do decidido pela Terceira Câmara do TJ-RJ em recente habeas corpus, passou a ser o procurador-geral de Justiça". A nota ressalta que o caso segue sob sigilo e que "as investigações seguem seu curso normal, sem paralisações desnecessárias por conta de mudanças de competência jurisdicional".

Em 22 de junho, os advogados Luciana Pires e Rodrigo Roca, que assumiram a defesa de Flávio Bolsonaro em substituição a Frederick Wassef, pediram ao MP-RJ para que o senador preste depoimento, alegando que é um direito dele esclarecer pessoalmente os fatos.

Mas os advogados afirmam que, em função da decisão do TJ-RJ, o órgão competente para tomar o depoimento de Flávio é o Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim) da Procuradoria-Geral de Justiça. Em nota divulgada nesta quinta-feira, a defesa do senador afirmou que "causa espanto que o Gaecc insista em colher depoimento dos investigados".

A defesa pediu que o grupo do MP-RJ informe se tem designação para agendar os depoimentos. Segundo os advogados, apenas depois dessa informação (e caso o grupo realmente tenha poder para agendar os depoimentos) a data será marcada.

 

Comentários

Últimas notícias