Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher 02 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), conquistou uma boa evolução patrimonial e chegou a comprar 14 imóveis, parte deles em dinheiro vivo, durante a década que foi casada com o então deputado federal.
De acordo com um levantamento feito pela Época com base em 40 escrituras de compra e venda e 20 registros em cartórios no Rio de Janeiro e em Brasília, Ana Cristina se tornou uma negociadora imobiliária assídua.
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O relacionamento foi do final de 1997 até 2008, tempo suficiente para o casal comprar 14 apartamentos, casas e terrenos que somavam um patrimônio avaliado em cerca de R$ 3 mi milhões (na data da separação), o equivalente a R$ 5,3 milhões em valores corrigidos pela inflação.
Nas escrituras guardadas há informações que a compra de cinco, dos 14 imóveis comprados pelo casal foi "em moeda corrente", ou seja, dinheiro vivo. Desses cinco, foram dois terrenos, duas casas e um apartamento. As negociações ocorreram entre os anos de 2000 e 2006, somando R$ 243.300 mil na época. Hoje, o total do montante somaria R$ 680 mil.
A carteira imobiliária de Ana Cristina, que era assessora paramentar do deputado federal Jonival Lucas quando se relacionou com Bolsonaro, se multiplicou na mesma época em que se concentra parte das investigações das rachadinhas nos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro.
Com a separação, ela ficou com nove imóveis e entre eles, haviam cinco terrenos em Resende, que levam a outras transações incomuns. O casal declarou ter adquirido as terras no total de R$ 160 mil em 2006, quando ainda estavam juntos. Cinco anos depois da separação os terrenos de Ana Cristina foram vendidos por R$ 1,9 milhão.
Quem comprou os imóveis foi o empresário do setor de transportes Marcelo Traça, que é envolvido em outras transações duvidosas. As compras foram feitas em março e julho de 2011 por uma empresa da qual ele é sócio, a Alambari Empreendimentos e Participações Ltda. Traça é delator da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro e já admitiu, em sua colaboração premiada, que adquiria imóveis como forma de lavar dinheiro.