Vereador do Cabo de Santo Agostinho é preso em operação da Polícia Civil

1º secretário da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, vereador Flávio do Fórum (PL), foi preso preventivamente em operação que investiga apropriação indevida de salário de funcionários da Casa
Luisa Farias
Publicado em 22/07/2020 às 7:29
Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão, quatro de medidas cautelares, um de afastamento de cargo Político e oito afastamentos de cargos comissionados Foto: Alex Oliveira/TV Jornal


Atualizada às 13h19

Alvo da Operação Rateio, que foi desencadeada nesta quarta-feira (22) e busca desarticular um grupo suspeito das práticas de peculato, falsidade documental, organização criminosa e frustração de direito trabalhista, o 1º secretário da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, vereador Flávio do Fórum (PL), foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Pernambuco. O presidente da Câmara, vereador Neto da Farmácia (PDT), também é suspeito de participação no esquema.

De acordo com a Polícia Civil, a suspeita é de que os investigados tenham retido parte dos salários de funcionários da Câmara, incluindo pagamento de férias e 13º salário. A 1ª secretaria é a responsável pelas finanças da Câmara. 

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Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Câmara do Cabo e nos gabinetes de Flávio do Fórum e de Neto da Farmácia, e também nas residências dos parlamentares. Na casa de Flávio do Fórum foram apreendidos documentos e uma sacola com dinheiro, cujo valor não foi informado pela polícia.

O vereador foi encaminhado para o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), no Recife. A sua esposa e três assessores também são investigados. Eles estão proibidos de entrar nas dependências da Câmara e não podem sair do município.

A polícia foi até dois endereços do presidente da Câmara, uma no bairro da Cohab, no Cabo de Santo Agostinho, e outra no Recife. Por meio de nota, a assessoria de Neto da Farmácia disse que ele recebeu "com tranquilidade" a notícia da operação. Segundo a nota, foi cumprido mandado de busca e apreensão no seu gabinete "provavelmente em razão dele ser o atual Presidente da Casa Legislativa, nada mais". 

O presidente está reunido com a equipe jurídica para se inteirar sobre a operação e "adotar as medidas cabíveis". "Neto informa, ainda, que irá cooperar com a justiça no que for preciso para o esclarecimento dos fatos investigados", finaliza nota. 

Também através de nota, o PDT de Pernambuco, partido de Neto da Farmácia, defendeu o princípio constitucional do amplo direito à defesa. "A direção da legenda aguarda os esclarecimentos a serem prestados pelo vereador Neto da Farmácia, no âmbito das investigações desencadeadas nesta quarta-feira", diz a nota. 

Mandados

A 1ª Vara Criminal da Comarca do Cabo de Santo Agostinho expediu todos os mandados da operação, sendo um de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão, quatro de medidas cautelares, um de afastamento de cargo Político e oito afastamentos de cargos comissionados. Também foi determinado o sequestro de veículos, restrição de semoventes e bloqueio de bens. Participam da execução 102 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.

A investigação, iniciada em junho de 2019, está sob o comando da delegada Isabela Porpino, adjunta da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR), do DRACCO. 

O Polícia vai realizar coletiva de imprensa nesta quarta (22) às 12h para dar detalhes sobre a operação. 

Chorume e Locatário

Nessa terça (21), a Polícia Civil havia deflagrado as operações "Chorume" e "Locatário", também envolvendo agentes públicos, que resultou no afastamento do prefeito de Paulista, Junior Matuto (PSB), por 180 dias.

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A Operação Chorume investiga empresários e agentes públicos por supostos crimes de fraude em licitação, peculato e organização criminosa. No âmbito da operação, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, um de suspensão do exercício de função pública e outro suspensão temporária de participação em processos licitatórios, nas cidades do Recife, Paulista e Caruaru.

Já a Operação Locatário é mais abrangente e investiga os crimes de peculato, dispensas indevida de licitação, uso de documento falso, associação criminosa e lavagem de dinheiro, também envolvendo empresários e agentes públicos.

Foram cumpridos, em Recife, Paulista, Olinda, Surubim e Sairé, 14 mandados de busca e apreensão, sete mandados de suspensão do exercício de função pública, um mandado de suspensão temporária de participar de licitações e sequestro de bens imóveis e valores dos investigados. O TJPE expediu todos os mandados das duas operações.

 

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