Em uma nota curta lançada na tarde desta quinta-feira (30), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) informou que todos os contratos firmados pela Casa passam por um "criterioso processo de avaliação e controle" interno. A declaração é uma resposta à ação da Polícia Federal no Parlamento estadual nesta manhã, para apurar supostas irregularidades em contratações de cerca de R$ 40 milhões feitas pela Alepe ao longo de 10 anos com quatro empresas.
A Operação Coffee Break, deflagrada hoje, é um desdobramento da Operação Casa de Papel que investiga possíveis fraudes em licitações dessas companhias com vários municípios do Estado. Nesta nova fase de investigações, a PF verifica o envolvimento de um servidor comissionado da Alepe, João Pedro Ferreira Belo Daumas, membro da comissão de pregoeiros e lotado na Superintendência de Planejamento e Gestão (Suplag), nos crimes. De acordo com as investigações, o suspeito teria pedido propina para favorecer empresas que seriam escolhidas em dispensas de licitação.
Além de João Pedro, o suposto líder da organização criminosa, Sebastião Figueiroa Siqueira, foi indiciado pelos crimes de corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação. Outra servidora com suspeita de envolvimento no caso é a Superintendente Geral da Alepe, Maria do Socorro Christiane Vasconcelos Pontual, que também já foi presidente da Comissão de Licitações, no período de 2015 a 2018.
Sebastião teria vários familiares exercendo cargos comissionados em gabinetes dos deputados estaduais, sendo sobrinhos e cunhado, além da sua própria companheira. Três deles estão lotados no gabinete de Wanderson Florêncio (PSC), um no de Roberta Arraes (PP) e outro no de Joel da Harpa (PP). Porém, a PF não apontou envolvimento de nenhum parlamentar com o caso.
No comunicado encaminhado à imprensa, a Alepe também diz que está à disposição das "instituições de fiscalização" para colaborar com o esclarecimento dos fatos que estão em investigação.