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"Não trabalho com a possibilidade de não ir para o segundo turno", diz o pré-candidato Túlio Gadêlha (PDT)

Mesmo com duas candidaturas postas dentro do partido, Túlio Gadêlha afirmou estar tranquilo para a realização da convenção no dia 1º de setembro, onde será batido o martelo sobre o projeto político do PDT nas eleições municipais do Recife

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 27/08/2020 às 21:52
TV JC
Túlio Gadêlha (PDT), pré-candidato à Prefeitura do Recife, foi o entrevistado do #ResenhaPolítica desta quinta-feira (27). - FOTO: TV JC
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Pré-candidato a prefeito do Recife, o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) deixou claro que seu projeto majoritário possui amplo apoio dos dirigentes nacionais do partido, como o presidente da sigla, Carlos Lupi, e, o ex-governador do Ceará e presidenciável Ciro Gomes. Eles estiveram reunidos na quarta-feira (26), por videoconferência, para tratar da conjuntura local. O PDT também conta com a pré-candidatura da ex-secretária de Habitação do Recife Isabella de Roldão mas, sem a definição de consenso, haverá um bate chapa na convenção partidária marcada para o dia 1º de setembro.

 

“Nós conversamos e o presidente Carlos Lupi e o futuro presidente do Brasil Ciro Gomes nos trouxeram algumas reflexões sobre nossa candidatura. O Ciro vem me aconselhando também em termos de posicionamento. Ele tem uma baita história, foi prefeito, governador, ministro, candidato a presidente da República em várias ocasiões. Enfim, eu tenho dentro da política essas figuras que me inspiram e não consigo pensar em discutir, trabalhar em cima de um projeto sem antes conversar com eles”, declarou Gadêlha.

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Em entrevista ao Resenha Política, que encerrou nesta quinta-feira (26) a série de lives com os pré-candidatos a prefeito do Recife, transmitido pela TV JC, o parlamentar explicou que não faz parte do perfil do partido tomar decisões truculentas a respeito dos projetos políticos, mencionando o PT, que rifou a candidatura da deputada federal Marília Arraes, nas eleições de 2018. E o PSB, que também minou a candidatura de Marcio Lacerda, em Minas Gerais.

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“O PDT não tem maneira truculenta de intervir em projetos, de retirar projetos.O presidente Carlos Lupi disse isso e Ciro reforçou, eles têm avaliado muito e precisamos construir um projeto sempre olhando para os aliados, para uma construção política que podemos ter ampla em 2022”, afirmou.

Ainda que exista um sentimento de que possa haver gestos de reciprocidade no arco de alianças que o PSB e PDT têm em cidades estratégicas no Brasil, visando justamente o desenho eleitoral de 2022, Gadêlha relembra que sua candidatura surgiu justamente a partir destas nacionais que o tem aconselhado, afastando a possibilidade de vir a desistir da candidatura em prol de uma aliança com os socialistas.

“Ninguém tem um projeto de cidade como o Recife, e constrói sozinho. A medida que a gente viu que o jogo era para valer e que a gente tinha chance de trazer boas pessoas para pensar a cidade junto com a gente, trouxemos Adriana Rocha, candidata ao Senado e fez 90 mil votos, trouxemos Rodrigo Bione, do PSOL, Rodrigo Patriota, Pedro Joseph, dos transportes públicos”,afirmou Gadêlha - que trouxe para o partido mais de 30 pré-candidatos a vereador no Recife.

 Além da busca por fortalecer o PDT, a partir dos nomes trazidos ao partido pelo próprio Tulio Gadêlha - não há representantes do PDT na Câmara Municipal do Recife - , já há um diálogo com outras legendas na construção de um bloco de apoio para este pleito. "Nós temos conversado com outras lideranças de outros partidos para ver se a gente consegue formar um bloco para disputar a cidade, a partir dessa unidade desse campo", afirmou. Ele cita a Rede - cujo apoio também é aguardado pelo PSB, que tem o deputado federal João Campos como candidato a sucessão do prefeito Geraldo Julio (PSB).

"A Rede tem excelentes candidatos, muitos dos melhores quadros da política nacional estão na rede. Tem a Marina Silva, que não é só ligada a pauta ambiental, mas da sustentabilidade e precisamos ter cidades sustentáveis nesses pleitos agora em 2020. Ou seja, tem uma construção que está sendo feita", pontuou o pedetista, que também declarou estar tranquilo em relação às convenções, já que existe uma clara defesa por candidatura própria, definida pela comissão provisória na segunda-feira (24).

Inclusive, o pré-candidato não trabalha com a possibilidade de não estar em um segundo turno, mas no caso de se deparar com um cenário em que esteja o PSB e um candidato pró-bolsonaro, se manterá no campo progressista que sempre defendeu. 

Sobre as críticas de que seria um pré-candidato ausente da cidade, Túlio Gadêlha esclarece que no início da pandemia da covid-19, quando viajou para o Rio de Janeiro, cidade onde reside sua namorada, a apresentadora Fátima Bernardes, os aeroportos foram fechados e a ordem era cumprir o isolamento social. Ele aproveitou para destacar que as viagens pessoais tem sido bancadas com recursos próprios, classificando as informações de que usaria dinheiro da cota parlamentar para esse tipo de custeio de "fake news". 

 

Viabilidade da candidatura

Em março deste ano, o deputado federal Túlio Gadêlha apresentou uma série de condições ao PDT para que sua candidatura a prefeito do Recife pudesse ser viabilizada. Entre os pontos elencados por ele, estava a de que o partido deveria deixar os cargos ocupados na Prefeitura do Recife, até o dia 13 de março. Outra solicitação foi a criação de uma comissão provisória no Recife para que se pudesse discutir os projetos para a cidade. 

Diante da pandemia do novo coronavírus (covid-19), os prazos expiraram e a dúvida sobre a retirada da candidatura permaneceu. Durante a entrevista ao Resenha Política, Túlio foi questionado sobre o que teria mudado nesse período após esse episódio, que ocorreu logo após a reunião da bancada federal do PDT, que Túlio teria costurado apoios para assumir o cargo de líder da Minoria, mas acabou perdendo de última hora para o deputado André Figueiredo.

Sobre essa reunião, Túlio afirmou que "os dois ambientes mais difíceis para se trabalhar é o ambiente político e o ambiente científico. Porque envolve muita vaidade e traição". Na explicação do parlamentar, foi construído um bloco, que tinha apoio de 20 deputados federais, mas a direção do partido acabou colocando outra candidatura. 

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Já a respeito das condições apresentadas, Gadêlha explicou que não poderia defender um projeto de cidade se o grupo político trazido por ele não tivesse o direcionamento do PDT. "Algumas coisas precisavam ser resolvidas naquele momento e conseguimos o compromisso do partido sim, não só para esse grupo assumir a direção, como também de realizar a convenção", declarou. No entanto, a entrega dos cargos da PCR não foi totalmente cumprida. A então secretária de Habitação do Recife foi exonerada em abril, mas no seu lugar assumiu a urbanista Ana Paula Lins, que é filiada ao PDT. 

 PROPOSTAS PARA A CIDADE

Desigualdade social e o desemprego são as grandes problemáticas que o Recife enfrenta, segundo o pré-candidato a prefeito do Recife, Túlio Gadêlha. "A gente precisa reestruturar a cidade e mudar sua lógica. Adotamos um sistema americano de transporte automobilístico em uma cidade que foi pensada numa estrutura européia, com ruas estreitas, com calçadas largas em algumas partes históricas e isso gerou trânsito absurdo", criticou.

Segundo o parlamentar, o Recife não possui obras estruturadoras que priorize a população. Ao contrário, projetos como a Via Mangue não teria sido pensado para atender ao modelo de cidade que possa beneficiar o maior número de pessoas. "No Recife as coisas não são integradas, mas construídas de maneiras isoladas, tanto no aspecto urbanístico quanto no aspecto social", declarou. 

Diferente da pré-candidata à prefeita delegada Patrícia Domingos (Podemos), que afirmou em entrevista ao Resenha Política, nesta quarta-feira (26), que faria uma grande reforma administrativa no executivo municipal, cortando cargos comissionados, o pré-candidato pelo PDT declarou que é preciso recuperar a autoestima do servidor público, estabelecer metas e um plano de governo. Em suas palavras: "não é cortando cargos 'adoidados' que vai resolver o problema do serviço público na cidade do Recife", mas que é preciso pensar em um modelo de cidade inteligente.

Em relação à política de habitação, cuja pasta era administrada pelo PDT através da ex-secretária Isabella de Roldão, houve críticas por parte do deputado sobre a forma como a gestão do prefeito Geraldo Julio tem cuidado da questão. "Temos um déficit habitacional de mais de 60 mil pessoas, temos imóveis no centro do Recife que tem total capacidade de serem ocupados, de construir um planejamento habitacional para eles, que inclusive devem absurdos de IPTU e por nunca pagarem o Estado e a prefeitura deveria se aproximar e construir acordos para se ocupar estes imóveis", declarou. Ainda segundo Túlio, é necessário trabalhar a reorganização dos centros urbanos. 

 

 

 

 

 

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