O líder do governo Bolsonaro, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), em entrevista ao Passando a Limpo da Rádio Jornal, afirmou que, apesar de seu partido confirmar apoio ao PSB nas eleições municipais do Recife, o parlamentar não seguirá com o deputado federal João Campos (PSB) como pré-candidato à Prefeitura do Recife. Quando questionado se não votaria em João nas eleições municipais, Fernando relatou que ele conversou com o deputado e apontou as "dificuldades" de apoiá-lo para prefeito.
"Eu tive a oportunidade de conversar com o deputado João Campos. Ele me fez uma visita, tivemos uma conversa muito franca e aberta sobre essa questão. Eu coloquei para João as dificuldades de caminharmos juntos nas eleições para prefeito", explicou.
O MDB de Pernambuco deferiu, nesta terça-feira (11) que permanecerá na Frente Popular do Recife e apoiará a candidatura de João Campos à prefeito da capital. O anúncio foi formalizado pelo presidente estadual da legenda, o deputado federal Raul Henry, depois ter iniciado um processo de escutas com as lideranças partidárias.
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Ainda na entrevista, FBC comentou que apoiava a candidatura de Raul Henry (MDB) para disputar o comando da Prefeitura do Recife, mas que as "condições não foram dadas" para que a candidatura prosperasse.
"Todos sabem que eu defendi a candidatura de Raul Henry para a prefeitura. Eu entendo as razões do senador Jarbas Vasconcelos. Ele sempre deixou muito claro que se elegeu senador no palanque da Frente Popular e que se houvesse essa candidatura de Raul, ele era o primeiro a estar empunhando a bandeira com entusiasmo e em defesa desse projeto do MDB. Porém, como as condições não foram dadas para a candidatura própria, o caminho natural do MDB é se manter na Frente Popular no Recife."
O senador reiterou que, enquanto não for oficializada a decisão que o partido vai adotar, o MDB segue sendo de oposição aos governos atuais do PSB. "Nós temos uma posição de oposição ao governo Paulo Câmara e, por consequência, também ao do governo do prefeito Geraldo Julio. Nós vamos nos manter assim, aguardando as negociações das forças políticas no campo da oposição para definir a candidatura que vamos apoiar no Recife", concluiu.
Após afirmar que não vai apoiar João Campos para prefeito, Fernando comentou sobre o apoio a candidatos de oposição possíveis de concorrer nas eleições do Recife. "Tem Mendonça, presidente do DEM. O Antonio Coelho e Fernando Filho são filiados ao DEM, portanto seria uma opção natural. Temos também uma ligação pessoal, uma amizade com o deputado estadual Marco Aurélio (PRTB)".
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O líder do governo explicou que até o final do mês de agosto ainda será discutida a postura da oposição no pleito de 2020. "Tem muita água para rolar nas conversas e como o campo da oposição vai proceder com Mendonça, Daniel, delegada Patrícia Domingos, Marco Aurélio e Alberto Feitosa. Temos cinco nomes posicionados e eu acho que é possível que a gente possa reduzir o número de candidaturas para dois nomes no campo de oposição, garantindo a presença de um dos quadros no segundo turno", finalizou.
Indagado a respeito do relatório lançado pelo presidente Jair Bolsonaro que destaca nomes de governadores e prefeitos dos locais com o maior número de novos óbitos e novos casos confirmados da doença, Fernando disse não ver relatório com viés político. Desde o ínicio da pandemia no Brasil, o presidente Bolsonaro vem tecendo críticas à forma como a maioria dos governadores tem atuado contra o coronavírus.
Ao tentar se eximir das críticas pela condução do enfrentamento ao coronavírus, o presidente tem atribuído a responsabilidade do avanço da pandemia a gestores dos Estados e municípios.
Porém, para FBC, o relatório só tem o objetivo de informar quais estados estão em uma situação mais crítica.
"Eu acho que é meramente informativo, para poder saber onde é que tem o maior número de óbitos nos estados, municípios. Isso não tem nenhum viés político. Na realidade, quando você recebe a informação de quais os estados que têm maior número de mortes, é para saber onde a situação é mais crítica. Você pode aferir isso pelo número de mortes e pode aferir pelos casos confirmados por coronavírus, que são os dois indicadores que são utilizados. Portanto não tem nenhum tipo de viés político", esclareceu.