Eleições 2020

Ibope/JC/Rede Globo: Percentual dos que não aprovam governo de Geraldo Julio sobe para 60%

Os que classificam o governo de Paulo Câmara como regular eram 35% e agora são 34%. A parcela que acredita que o seu governo é ruim/péssimo cresceu de 40% para 46%

Luisa Farias
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Luisa Farias
Publicado em 30/10/2020 às 6:48
ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO
No roteiro do PSB, Geraldo começaria a ser trabalhado para o governo em janeiro. Ele não vai. - FOTO: ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO

 

Arte: JC
Eleições 2020 - Arte: JC

A terceira rodada da Pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada nesta quinta-feira (29) mostrou um crescimento do percentual dos que não aprovam a gestão do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). O índice subiu de 55% no levantamento anterior, em 15 de outubro, para 60%. Já a aprovação do prefeito caiu de 40% para 36%. A parcela dos entrevistados que não souberam ou não quiseram responder oscilou negativamente de 5% para 4%. 

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A aprovação do governo do socialista no Recife é maior entre as mulheres (38%) do que homens (34%). Considerando o recorte de idade, ele tem maior aprovação entre os mais velhos: 42% dos entrevistados de 45 a 54 anos e 48% dos com 55 anos ou mais. 

Do universo que desaprova a atual gestão, o maior índice é entre os homens, de 62%, e entre as mulheres é de 58%. Considerando a idade, o maior percentual de desaprovação está entre os entrevistados com idade de 35 a 44, de 70%. 

No recorte de raça, os índices são equilibrados, com diferença igual ou inferior a três pontos percentuais, como é o caso dos que aprovam a gestão: brancos (36%), pretos/pardos (36%) e outros (39%). Já no quesito religião, Geraldo tem o maior índice de aprovação entre os católicos (40%) e o maior índice de rejeição entre os evangélicos (64%). 

Para o cientista político e professor da Universidade Católica de Pernambuco Antonio Henrique Lucena, a desaprovação do governo de Geraldo pode ser atribuída a uma fadiga da gestão socialista e os constantes ataques a ela durante a campanha pelos adversários de João Campos. "Os problemas ficam mais expostos. Antes só havia propaganda oficial, que mostrava que estava tudo ok, caminhando, que houve avanços, mas agora, com os candidatos se digladiando, criticando a gestão socialista, as fragilidades da gestão ficam mais evidentes e isso contribui para aumentar a rejeição dele", conta. 

 

Para o cientista político Arthur Leandro, estar na situação em um momento de crise é uma posição desconfortável que pode trazer um risco para a candidatura de João Campos (PSB), risco esse evitado pela sua campanha. "O candidato João Campos definitivamente não se apresenta como um candidato de situação. Do ponto de vista de estratégia de campanha, é uma situação inteligente, porque a prefeitura, o governo municipal enfrenta críticas e questionamentos sobre a sua competência, questionamento esse que está sendo medido em termos de desaprovação do mandato", afirmou o especialista. 

Paulo Câmara

A avaliação do desempenho do governador Paulo Câmara na administração estadual segue a mesma tendência observada em relação a Geraldo Julio, seu correligionário. O percentual dos que consideram a gestão boa/ótima caiu de 22% para 18%. Os que classificam o governo de Paulo como regular eram 35% e agora oscilaram para 34%. Já a parcela que acredita que o seu governo é ruim/péssimo cresceu de 40% para 46% dos entrevistados. 

Para Arthur Leandro, os números demonstram uma associação nítida entre Geraldo Julio e Paulo Câmara. "Paulo e Geraldo são identificados um com o outro e a variação negativa no governo municipal também é acompanhada de maneira um tanto quanto previsível do governo estadual. Isso rebate no ambiente político adverso para o candidato do PSB no sentido de se beneficiar de um eventual encantamento, de uma eventual aprovação popular dos governos do seu partido", explica. 

A cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) Priscila Lapa considera que Geraldo Julio e Paulo Câmara, por serem do mesmo grupo político, se inserem em uma discussão de continuidade versus mudança que permeia a disputa na capital pernambucana. "A grande tônica é de que existe um grupo político no poder há muito tempo, seja no âmbito estadual ou municipal, e esse grupo já tem um desgaste natural, já recebeu apoio inclusive de quem é adversário, mas a crítica é mostrar que existe uma gestão instalada e que não quer abrir mão do poder. O que se coloca em Geraldo Julio e Paulo câmara é a representação desse modelo político", explica Priscila. 

Arte: JC
Eleições de 2020 - FOTO:Arte: JC

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