Com menções a Lula, Bolsonaro e Eduardo Campos, candidatos do Recife fazem estreia no guia eleitoral

Os candidatos à Prefeitura do Recife usaram o espaço para salientar uma ligação com lideranças políticas, do ex-presidente Lula ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), passando por Eduardo Campos
LEGADO João apresenta novos planos e também defende atual gestão Foto: DIVULGAÇÃO


 

Arte: JC - Eleições 2020

Os candidatos à Prefeitura do Recife tiveram nesta sexta-feira (9) a sua estreia no propaganda eleitoral, uma primeira oportunidade de se apresentarem para um público massivo na televisão e no rádio. Cada um à sua maneira, com o tempo que dispunham, eles fizeram uma introdução sobre a sua trajetória e buscaram passar a mensagem sobre diferencial das suas candidaturas. Alguns usaram o espaço também para salientar uma ligação com lideranças políticas, do ex-presidente Lula ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), passando por Eduardo Campos. 

O guia eleitoral será exibido diariamente duas vezes por dia, às 13h e às 20h30, e vai até o dia 12 de novembro, a três dias do primeiro turno. Haverá também as inserções, exibidas nos intervalos comerciais ao longo da programação, totalizando 70 minutos por dia. Neste caso o tempo pode ser dividido entre o candidato majoritário e os proporcionais. 

João Campos

Detentor do maior tempo de guia, 3 minutos e 57 segundos, João Campos (PSB) foi o único dos candidatos que veiculou duas versões diferentes às 13h e às 20h30. No primeiro guia, o candidato fez homenagens aos profissionais de saúde que atuam no combate a pandemia do novo coroanvírus (covid-19), referências ao legado deixado pelo ex-governador Eduardo Campos, seu pai, e um recado direto aos opositores. 

"Essa campanha tem sido diferente, a realidade ainda exige restrições, mesmo quando a vontade é de abraçar, estar perto, agradecer o carinho com mais carinho. Mas, em respeito a cada recifense, em solidariedade a quem perdeu pessoas queridas e em reconhecimento a quem esteve o tempo todo na linha de frente, a gente quer continuar fazendo nossa parte", declarou Campos, que dedicou o seu programa eleitoral aos profissionais de saúde e todos os serviços essenciais que atua no enfrentamento da pandemia.

Iniciar com o mote da saúde, pode ser lido também com uma forma de defesa por parte de João Campos, já que os candidatos a prefeito da oposição têm feitos inúmeras críticas sobre a forma como as gestões do PSB no âmbito municipal e estadual estão conduzindo as ações de combate ao coronavírus, desde que a pandemia começou. Além disso, João Campos tem se deparado durante a campanha, com questionamentos sobre as investigações sobre os supostos desvios de recursos públicos, que seriam destinados ao enfrentamento da covid-19, no âmbito municipal.

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Desde que a corrida eleitoral foi iniciada, João Campos tem feito diversas referências ao seu pai, ressaltando as ações promovidas em seu governo, durante os seus dois mandatos. Nas redes sociais, o socialista também tem feito postagens, citando também seu avô, o ex-governador Miguel Arraes. No guia eleitoral, não foi diferente, e o candidato a prefeito da Frente Popular do Recife recorreu a frases e imagens do ex-governador de Pernambuco, ressaltando os avanços nas áreas de educação, saúde e emprego e renda.

"Olha gente, eu não vou mentir para vocês. Todo mundo sabe que o Recife tem um monte de problemas que precisam ser encarados, até porque, como dizia Eduardo, a gente não tem que dar intimidade a problema, temos que dar solução", afirmou.

João Campos também aproveitou a propaganda eleitoral para mandar um recado direto aos candidatos oposicionistas que têm feito críticas ao fato de ter apenas 26 anos e não ter nenhuma experiência como gestor público. "Sei que essa vai ser campanha dura, os adversários já estão me acusando de ser muito jovem, de não estar preparado. Mas, o tempo que eles gastam se preocupando comigo, eu vou investir me preocupando com vocês. Eu tô aqui para trabalhar e 'pegar no serviço' e vocês sabem com quem eu aprendi isso", referindo-se novamente a Eduardo Campos.

Ernani alerta que essa estratégia é ambígua e até perigosa, lembrando da disputa pelo legado bolsonarista em Recife pelas candidaturas de direita. "Não é só dele, se você observar a delegada Patrícia também utilizou dessa estratégia quando se apresenta como uma nova política e outros candidatos como o coronel Alberto Feitosa que falou dentro de uma linguagem mais conservadora no sentido de pátria-família.  Lembrando que Bolsonaro ganhou na capital no primeiro turno. O Carlos não está sozinho nessa disputa e o próprio Mendonça também vai disputar esse grupo", disse. 

Delegada Patrícia (Podemos)

Com 37 segundos de guia eleitoral gratuito, a Delegada Patrícia (Podemos) se colocou como a opção da "nova política" no seu guia eleitoral. Com direito a boliche, derrubando pinos com os números dos concorrentes, a postulante disse não ser "política profissional, nem herdeira de ninguém".

"Meu nome é Patrícia, tenho 38 anos, nasci no Rio de Janeiro e há doze anos escolhi o Recife para viver, não sou política profissional, nem herdeira de ninguém. Trabalho desde os nove anos de idade porque a minha família era muito humilde. A minha história com o Recife começa quando eu virei delegada. Aqui é o meu lugar, essa é a nossa cidade e a mudança que a gente quer está começando agora", afirmou a candidata.

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Ao som da voz de um locutor afirmando que a delegada é a única opção "para derrubar a velha política", a candidata derrubou pinos com os números 40, 25 e 13, respectivamente, de João Campos (PSB), Mendonça Filho (DEM) e Marília Arraes (PT).

A bandeira contra a corrupção, lembra Alex Ribeiro, é característica de uma candidatura "outsider" como a de Patrícia. "Ao apoiar a operação lava jato e o ex ministro Sérgio Moro, a estratégia da postulante é se colocar como a única capaz de inovar a maneira de gerir a cidade. No entanto, é preciso lembrar que o sucesso desse tipo de candidatura não é característico no Recife", afirma. 

Coronel Feitosa

O candidato do PSC e deputado estadual, Coronel Alberto Feitosa, criticou a administração do Recife e afirmou que vai lutar por uma cidade verde e amarela, forte e cristã. O candidato disse ainda que vai cuidar do Recife 'como o presidente Bolsonaro cuida do Brasil'.

Charbel

Carbel Maroun, candidato do Novo, se colocou como o único que não fez "acordão para a eleição" e usou seu tempo no programa eleitoral para criticar os candidatos que usam verba pública para fazer campanha. Cherbel complementa que o dinheiro poderia ser alocado em saúde, e não em publicidade.

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