Marília Arraes coloca reformas estruturais nas escolas como prioridade na educação do Recife

Atualizada às 21h49

Segunda dos postulantes à Prefeitura do Recife a participar sabatina da TV JC sobre a educação, Marília Arraes (PT) apresentou as suas propostas para a área, como de zerar a fila de creches, valorização dos professores e educação profissionalizante. A sabatina foi realizada nesta quarta-feira (4) pelo Jornal do Commercio em parceria com o Todos Pela Educação.

Para Marília, o fato das escolas particulares do estado estarem autorizadas a oferecer aulas presenciais do ensino infantil e fundamental enquanto as públicas não é uma prova das desigualdades existentes no Recife. "Na verdade a rede particular está voltando porque tem condições de oferecer água para as crianças lavarem as mãos, tem todo esse aparato. O que evidencia nesse momento é a falta de estrutura", afirmou a candidata.

Caso eleita, ela se compromete a fazer um diagnóstico da situação estrutural das escolas do município   Tem escola que a criança entra em um dia de chuva, se encostar na parede, leva um choque, então tudo isso tem que ser a nossa primeira atitude em relação as escolas, para que os pais, principalmente as mães se sintam tranquilas de deixar os seus filhos na escola", disse Marília. 

Para viabilizar o seu Programa Florescer, cujo plano é zerar a fila de creches para crianças de 0 a 4 anos, Marília diz que é preciso identificar é o real déficit de vagas no Recife. "O que a gente tem hoje é uma informação dada pelos conselhos tutelares, por entidades que fazem esse diagnóstico, mas a prefeitura não tem efetivamente esse controle, de quem é que está demandando creche. O que nós sabemos é que tem cerca de 200 mil crianças em creches particulares, menos de 7 mil crianças em creches municipais e 90 mil crianças nessa idade que demanda creches", explicou. 

A partir desses dados, a ideia é construir creches comunitárias em imóveis adaptados nas comunidades para atender a demanda suprimida. "Para que a gente possa daí levar essas crianças para ficarem nesse local com toda a orientação pedagógica, nutricional, com as cuidadoras passando por uma qualificação que é necessária e as mães poderem participar de uma rede de apoio", pontuou Marília. 

Inseridas nessa rede de apoio, segundo Marília, as mães poderão ter acesso à políticas de assistência social. "(A mãe) vai passar por um diagnóstico se ela sofre violência doméstica para que a gente acione os órgãos competentes e haja o acolhimento dessa mulher. A gente precisa levar dignidade a essas mulheres", frisou a candidata. Ainda de acordo com a proposta de Marília, as creches vão funcionar em horário integral, por 12 horas, e também oferecerão turnos de seis horas, uma forma de estender o atendimento oferecido. 

Valorização dos professores

Marília defende a valorização dos professores como uma questão prioritária e ainda mais urgente às vésperas do ano letivo de 2010, já que em 2020, no contexto da pandemia, a qualidade e efetividade do ensino acabaram prejudicadas. "A gente tem aqui o Centro de Formação Paulo Freire, existem todas as possibilidades de fazer convênios com as universidades aqui do estado para que eles passem por esse processo de capacitação, de qualificação, que já são muito qualificados, mas que precisam ter um apoio nesse momento diferente, para que o conteúdo do ano letivo de 2021 seja adaptado à realidade de alunos que não tiveram esse conteúdo repassada de maneira tradicional", completou a Marília.

Educação Profissionalizante

Segundo Marília, a questão da educação profissionalizante do Recife foi um dos motivos que a levou a romper com o PSB, quando em 2013 estava no seu segundo mandato como vereadora e se descompatibilizou do cargo para assumir a Secretaria de Juventude e Qualificação Profissional, onde permaneceu por pouco mais de um ano. 

"Eu era muito jovem, mas já me liguei depois de pouco tempo, que foi simplesmente por acomodação política. Me tiraram do mandato de vereadora para colocar ali na secretaria e puxar um partido aliado para assumir na Câmara. Porque era uma secretária que cuidava de 17 escolas profissionalizantes, de quase 7 mil alunos e que era zero orçamento, ou seja, não era prioridade", contou a candidata. 

De acordo com Marília, a sua primeira ação nesta área, caso seja vitoriosa nas urnas, será uma pesquisa de demanda de mercado. "É importante que a gente faça parcerias com diversas empresas que estão precisando dessa qualificação para que o aluno saia já sendo direcionado para o mercado de trabalho.