Dos 57 municípios que terão segundo turno para escolher os prefeitos neste domingo (29), 18 são capitais. Apenas Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Natal (RN), Salvador (BA) e Palmas (TO) já sabem quem irá comandar a prefeitura a partir de 1º de janeiro de 2021.
Nas capitais em que a eleição ainda está em aberto, poucos são os casos em que a polarização entre esquerda e direita persistiu na disputa municipal. Os dois exemplos mais evidentes são Fortaleza, onde o candidato do atual prefeito, Sarto Nogueira (PDT), confirmou o favoritismo com 35,80% dos votos válidos, mas foi acompanhado de perto pelo direitista Capitão Wagner (PROS), com 33,08%. O capitão chegou a receber apoio público do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Ou outro exemplo foi em Vitória, onde o Delegado Pazolini (Republicanos) concorre com João Coser (PT). Na capital do Espírito Santo a disputa está nacionalizada, já que as candidaturas sofrem interferências de elementos semelhantes aos vistos na campanha presidencial de 2018, quando houve movimentos contra o PT.
No entanto, no cenário geral, a polarização acabou cedendo espaço para partidos mais de centro. Em São Paulo, por exemplo, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), e o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, passaram para o segundo turno. Celso Russomanno (Republicanos), que recebeu apoio do chefe do Executivo, e o petista Jilmar Tatto tiveram baixo desempenho.
Em Porto Alegre, a rodada decisiva acontece entre Sebastião Melo (MDB) e Manuela D'Ávila (PCdoB). Na capital gaúcha a disputa está acirrada, refletindo o movimento do primeiro turno em que Melo e Manuela avançaram com uma diferença de apenas 2 pontos percentuais.
O mesmo panorama apertado acontece no Recife, onde João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) disputam voto a voto a disputa. Segundo pesquisas, os dois candidatos surgem tecnicamente empatados.
Eleito prefeito de Belém pelo PT em 1996, Edmilson Rodrigues, agora no PSOL, foi o mais votado na cidade, mas não conseguiu votos suficientes para vencer no primeiro turno e disputa a segunda rodada com o bolsonarista Delegado Federal Eguchi, do partido Patriota.
Na primeira vez em que ocorre segundo turno para escolha do prefeito em Rio Branco, capital do Acre, estão na corrida pelo Executivo municipal Marcus Alexandre (PT) e Tião Bocalom (PSDB). No primeiro turno, o petista ficou à frente, com 48,30%, enquanto o tucano obteve 43,8%. Apenas em 2008 Rio Branco atingiu 200 mil eleitores, mínimo necessário para realização de segundo turno, mas nunca havia chegado a essa fase eleitoral.
Outra cidade que enfrenta o segundo turno pela primeira vez é Boa Vista, capital de Roraima. Arthur Henrique (MDB) e Ottaci Nascimento (SD) disputam os votos dos 203.586 mil eleitores.
Em Manaus, o segundo turno opõe Amazonino Mendes (Podemos) e David Almeida (Avante). Na primeira fase da disputa Amazonino obteve 23,93% dos votos válidos e David conquistou 22,35%. O candidato do Podemos tenta assumir pela quarta vez a Prefeitura de Manaus. Já o prefeiturável do Avante foi governador interino do Amazonas entre maio e outubro de 2017, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter determinado a cassação do mandato do então governador eleito José Melo.
Na capital de Rondônia, o atual prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), e Cristiane Lopes (PP) disputam o segundo turno. Hildon teve 34,01% dos votos contra os 14,32% de Cristiane.
Na capital maranhense, o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) confirmou o favoritismo e ficou em primeiro, com 38,22% dos votos válidos. Contra ele está Duarte Júnior (Republicanos), que conquistou 22,15%. Essa é a segunda vez que Braide tenta ser eleito prefeito de São Luís. Em 2016, ele chegou a concorrer no segundo turno, mas perdeu com 46,06% dos votos válidos. Enquanto isso, o deputado estadual Duarte tenta o cargo pela primeira vez.
Ainda no Nordeste, a disputa em Teresina, capital do Piauí, acontece entre os candidatos Dr. Pessoa (MDB) e Kleber Montezuma (PSDB). Em Maceió (AL), o segundo turno será entre Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) e João Henrique Caldas (PSB). Já em João Pessoa (PB) as eleições serão decididas entre Cicero Lucena (PP) e Ruy Carneiro (PSDB).
No Rio de Janeiro, logo no início da campanha eleitoral a tendência já era de segundo turno entre Eduardo Paes (DEM) e o atual prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos). Paes apareceu na frente em todas as pesquisas do Ibope e confirmou o favoritismo na disputa conquistando 37,01%. Já o bispo licenciado da Igreja Universal alcançou 21,90% da preferência do eleitorado. Paes já foi prefeito da capital por dois mandatos.
Os candidatos Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD) foram para a disputa do segundo turno pela Prefeitura de Goiânia. Com Maguito (candidato favorito) internado em estado grave na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, há risco de aumento dos votos brancos e nulos no segundo turno das eleições na capital de Goiás. O ex-governador luta contra a covid-19 desde o dia 20 de outubro, e segue intubado. Para crescer nas intenções de voto, Cardoso até tentou ligar seu nome ao do presidente Jair Bolsonaro, mas não obteve os resultados desejados.
Na capital do Mato Grosso, Cuiabá, os candidatos Abílio Júnior (Podemos) e Emanuel Pinheiro (MDB) disputam o segundo turno.
As eleições na capital do Amapá foram adiadas pelo Tribunal Superior Eleitoral devido aos problemas com fornecimento de energia elétrica no Estado. O primeiro turno será no dia 6 de dezembro. O segundo está previsto para 20 de dezembro. Os eleitores vão às urnas para elegerem prefeito, vice-prefeito e vereadores.
O fornecimento de energia começou a ser interrompido dia 3 de novembro. Desde então, as cidades passaram por um racionamento de energia. A energia voltou aos poucos, em forma de rodízio. A falha inicial ocorreu em um transformador que pegou fogo e foi totalmente destruído.