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Deputado pede priorização de pessoas com deficiência e doenças raras na vacinação contra covid-19

Deputado estadual Wanderson Florêncio protocolou um ofício nessa quarta-feira (20) pedindo prioridade para esse grupo ao Governo de Pernambuco

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Luisa Farias

Publicado em 20/01/2021 às 17:49 | Atualizado em 20/01/2021 às 18:46
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O deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) protocolou um ofício nesta quarta-feira (20), no Palácio do Campo das Princesas, solicitando que o Governo de Pernambuco inclua pessoas com deficiência e com doenças raras no grupo prioritário a ser imunizado contra a covid-19. 

Até o momento, só foram distribuídas 6 milhões de doses da Coronavac para todos os estados brasileiros. A Anvisa autorizou o uso emergencial da vacina desenvolvida pela farmacêutica Astrazeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, mas por falta de insumos, ela ainda não começou a ser produzida no Brasil. O governo federal também não conseguiu importar 2 milhões de doses da vacina da Índia.

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Pernambuco recebeu 270 mil doses do imunizante, o suficiente para vacinar 135 mil pessoas, já que a Coronavac deve ser administrada em duas doses. Nesta primeira fase em Pernambuco, serão vacinados os trabalhadores de saúde que atuam m Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfermarias de atendimento à covid-19, vacinadores, idosos em instituições de longa permanência, pessoas com deficiência institucionalizadas e indígenas aldeados.

Wanderson disse ter percebido a ausência de pessoas com deficiência e com doenças raras grupo nos planos de vacinação tanto nacional como estadual. As pessoas com deficiência permanente severa, especificamente, estão inclusas na quarta fase da vacinação no estado. 

"É uma lacuna que existe nos planos de vacinação, mas que ainda há tempo para ser corrigida. As pessoas com deficiência e com doenças raras merecem uma atenção especial do Poder Público e devem ser 'incluídas no grupo prioritário que receberá a vacina do Covid-19. Pernambuco precisa fazer a sua parte", argumentou Wanderson Florêncio.

Wanderson é presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e com Doenças Raras na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

Ao JC, a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que a pasta segue as diretrizes sobre grupos prioritários estabelecidas pelo Ministério da Saúde. "A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) está seguindo, para o plano de vacinação do Estado, a orientação do plano nacional ao determinar os grupos prioritários que vão receber a vacina contra a covid-19, neste primeiro momento", disse a pasta por meio de nota. 

Já o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) saiu em defesa da priorização para caminhoneiros e profissionais que atuam no transporte de cargas e passageiros. 

Neste caso, o Ministério de Infraestrutura divulgou uma nota na segunda-feira (18) informando sobre a inclusão de trabalhadores da área de transporte no grupo prioritário da vacina. Um informe técnico da pasta estabelece na lista de prioridade os "caminhoneiros, portuários, incluindo trabalhadores da área administrativa; funcionários das companhias aéreas nacionais; funcionários de empresas metroferroviárias de passageiros e de cargas; funcionários de empresas brasileiras de navegação; e motoristas e cobradores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso", diz nota. 

Os trabalhadores precisarão comprovar com documentação que atuam nessas áreas. Não foi divulgado, porém, em qual fase o grupo será vacinado. A pasta informa que caberá ao Ministério da Saúde cuidar da logística e do cronograma de vacinação. 

Desvios

Já começam a surgir relatos de pessoas fora dos grupos prioritários tomando a vacina em todo o País. No estado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) definiu que fiscalizará a aplicação da vacina em todos os municípios para evitar desvios. O novo procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto expediu para que membros do MPPE intensifiquem a fiscalização. 

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O órgão recebeu uma denúncia sobre o caso de um fotógrafo da Prefeitura de Jupi, no sertão do estado, e a da secretária de saúde do município, terem recebido a vacina estando fora do grupo prioritário

Após uma engenheira que trabalha no Hospital de Referência à Covid-19 Unidade Boa Viagem, o antigo Hospital Alfa, ter sido vacinada na terça-feira (19), o secretário estadual de Saúde, André Longo, confirmou a necessidade de vacinação da profissional. 

"As profissões regulamentadas, como médico, enfermeiro, são fundamentais. Mas um ambiente hospitalar, 100% dedicado à covid-19, possui outros trabalhadores essenciais, a equipe de manutenção, a recepção, limpeza, todas estão no ambiente", alegou o secretário em entrevista à TV Globo. 

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