CPI DA COVID

Municípios acham que ampliar CPI da covid é só uma forma de influenciar a opinião pública

Para o presidente da Amupe, José Patriota, essa seria uma tentativa do governo federal "em sair do foco" e que já há órgãos fiscalizadores atuando nos estados e municípios para tratar do enfrentamento à pandemia

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Mirella Araújo

Publicado em 12/04/2021 às 19:30 | Atualizado em 12/04/2021 às 20:22
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A tentativa dos senadores da base governista em ampliar no rol de investigações da CPI da covid-19, para que além de o governo federal, os estados e os municípios também possam responder a respeito de atuais omissões no enfrentamento da pandemia, tem sido apontada como uma "cortina de fumaça” pela oposição e por gestores municipais. Para o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota (PSB), os entes federados “não tem nada a esconder” e já possuem em suas esferas órgãos fiscalizadores como o Ministério Público, os Tribunais de Contas, as Câmaras de Vereadores e as Assembleias Legislativas.

“É uma tentativa do governo federal em sair do foco. Com a quantidade de municípios e governadores que temos no Brasil, essa CPI não chegaria a lugar nenhum, apenas como uma tentativa de influenciar a opinião pública”, declarou Patriota.

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“Acho que se for para ter uma comissão de investigação que seja uma só para o governo federal e outra para os prefeitos, por exemplo, mas que tenha fatos concretos. Agora, quanto aos prefeitos, não há o que esconder, tudo tem sido informado nos portais da transparência”, complementou o dirigente municipalista.

O secretário de Governo e Participação Social da Prefeitura do Recife, Carlos Muniz, também corrobora a tese de que já há mecanismos fiscalizadores com relação ao enfrentamento da covid-19. “Essas CPIs tratam muito mais da política do que do cerne da questão e não traz nada para a coletividade”, declara Muniz. Para o auxiliar, os órgãos de controle e a Polícia Federal tem cumprido bem o seu papel na fiscalização dos estados e municípios. “O maior sofrimento é a ausência de mais vacina”, complementa.

 

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) tem trabalhado em cima desta opção de inclusão dos estados e municípios, afirmando inclusive que já possui 34 assinaturas - das 27 que seriam necessárias para a criação da CPI. No entanto, o requerimento ainda não foi protocolado no Senado. Também há dúvidas se caberia à Casa Alta investigar os governadores e prefeitos, por isso o presidente da Mesa Diretora Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já encaminhou uma consulta à advocacia do Senado para tratar essa possibilidade de abrangência do objeto da comissão investigativa.

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