O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou R$ 200 milhões que seriam utilizados no desenvolvimento da vacina contra a covid-19 "100% brasileira" anunciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, segundo o jornal Estado de S. Paulo. O corte nos recursos acontece um dia após Bolsonaro convidar o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, para sua transmissão nas redes sociais, nessa quinta-feira (22).
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No mês de março deste ano, o Palácio do Planalto divulgou que a vacina nacional apoiada pelo governo, desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), estava em avanço. O anúncio ocorreu horas após o governo de São Paulo dizer que pediria aval para iniciar testes clínicos da Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan.
"Marcão, vamos lá. Como é que 'tá' a nossa vacina brasileira? Essa é 100% brasileira, não é aquela ‘mandrake’ de São Paulo, não né?!", perguntou Bolsonaro ao ministro, em referência à Butanvac, durante a live dessa quinta-feira (22).
Já na live de quinta, Pontes mostrou-se preocupado com a manutenção dos recursos. Inicialmente, estavam reservados R$ 207,2 milhões para o desenvolvimento do projeto, dos quais, R$ 200 milhões haviam sido injetados por meio de emenda. "O nosso desafio aqui é justamente o Orçamento. Esse custo é um investimento muito bom para o País. São R$ 30 milhões para essa fase 1 e 2, um ensaio clínico com 360 pacientes, e depois são mais R$ 310 milhões com a fase 3, com 25 mil pacientes. Tenho a esperança agora que isso entre no Orçamento", disse o ministro. As fases 1, 2 e 3 envolvem testes em humanos.
Pouco depois da fala do ministro, Bolsonaro avisou que "todo mundo" iria pagar a conta, sem citar que vetaria o valor. "A peça orçamentária para os 23 ministérios é bastante pequena e é reduzida ano após ano. Tivemos um problema no Orçamento no corrente ano, então tem um corte previsto bastante grande no meu entender, pelo tamanho do orçamento, para todos os ministérios. Todo mundo vai pagar um pouco a conta disso aí", disse Bolsonaro.