O ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães está na expectativa do trabalho a ser realizado por Renan Calheiros (MDB-AL)na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga as ações do governo federal e os recursos enviados a Estados e municípios em meio à pandemia da covid-19.
"A CPI foi implantada e vai depender do relator, um homem experiente, Renan Calheiros. Vamos aguardar, se ele tiver calma e espirito favorável à postura de isenção, poderá fazer um trabalho proveitoso para ver onde o governo federal falhou e quando acertou, pois há muita coisa feita também", comentou Magalhães em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta sexta-feira (30).
Experiente no assunto CPI, Roberto Magalhães foi relator, em 1993, da CPI dos Anões do Orçamento, que investigou 37 parlamentares por suposto envolvimento em esquemas de fraudes na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. O relatório final pediu a cassação de 18 deles, mas apenas seis perderam seus mandatos e quatro outros, no entanto, renunciaram antes.
Agora, o político assiste a CPI da Covid iniciar seus trabalhos. A comissão elegeu, nesta semana, Omar Aziz (PSD-AM) como presidente e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como vice. O relator é o senador Renan Calheiros, a contragosto de senadores ligados ao presidente Jair Bolsonaro e parlamentares ditos independentes.
A comissão já aprovou a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos ex-ministros da pasta no governo Jair Bolsonaro: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. "Você há de convir que tivemos no Ministério da Saúde um tempo parado e, em seguida, começou a cuidar desse assunto (a pandemia), tanto que os ex-ministros serão ouvidos pela comissão", avalia Roberto Magalhães. Os senadores também aprovaram a convocação do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.
Já na próxima semana, o colegiado poderá votar a convocação de ministros de Estado, governadores, prefeitos, secretários estaduais e municipais de saúde. Dos 209 requerimentos que ainda aguardam deliberação do colegiado, 134 são pedidos de convocação. Outros 73 são de convite e apenas dois de informações. "Os governadores fizeram um trabalho proveitoso. Exigiram quando era para exigir, colaboraram quando deviam colaborar e estamos caminhando", concluiu o ex-governador.