O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma piada de cunho racista durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvora nessa quinta-feira (9). O chefe do Executivo perguntou sobre o cabelo crespo de um dos seus seguidores. "Como é que está a criação de barata aí?", falou Bolsonaro, que caiu na gargalhada acompanhado de seus apoiadores.
O presente também afirmou que o homem não poderia tomar o medicamento ivermectina, pois mataria seus piolhos. A ivermectina é um dos medicamentos que Bolsonaro defende como tratamento precoce para a covid-19, que nunca teve eficácia garantida.
“Olha o criador de barata aqui. Você não pode tomar ivermectina, que vai matar teus piolhos todos”, disse Bolsonaro. Um dos apoiadores chega a comentar que o comentário pode chegar à Justiça. “Vai dar processo, hein, presidente? Vai dar processo!”, disse um apoiador.
Em um outro momento, o Bolsonaro ainda perguntou ao homem quantas vezes por mês ele lavava o cabelo. Apesar do ataque racista, o apoiador afirmou não ser um "negro vitimista" e que o presidente pode "brincar" com seu cabelo.
“Da outra vez que vim aqui, uma emissora falida fez uma matéria totalmente ridícula pela brincadeira que o senhor fez. Até porque o senhor tem intimidade… Quem nunca teve piolho? Então assim, só para frisar que o presidente tem essa intimidade para brincar, da mesma maneira que ele também dá liberdade para o pessoal brincar”, falou o apoiador.
O rapaz foi convidado para participar da transmissão ao vivo feita por Bolsonaro semanalmente nas redes sociais. Na live, o assunto voltou à tona e Bolsonaro repetiu as frases racistas e afirmou que "movimentos" tentam "dividir brancos e negros".
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“Brincadeira sobre o cabelo dele tem que fazer, pô. Se eu tivesse um cabelo desse aqui, minha mãe, naquela época, me comia de pancada. Naquele tempo nosso, era muito comum piolho. Além de piolho, eu já tive berne. Eu morava na fazenda”, disse Bolsonaro na transmissão.