O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou, nesta quinta-feira (19) o pedido de quebra de sigilo bancário de 180 pessoas expedido pela CPI da Covid. "Se bobear, eu estou nesse bolo aí", disse em tom de brincadeira durante transmissão semanal pela internet.
O presidente afirmou que os alvos da comissão deveriam recorrer à Justiça por terem sido expostos ao constrangimento de serem associados a supostos atos de corrupção por medidas como a tomada pelos parlamentares. Entre os nomes listados no pedido, estão o advogado de Bolsonaro Frederick Wassef e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).
"Quebra de sigilo é coisa séria, meu Deus do céu. É um constrangimento para inocentes. Igual busca e apreensão, é um constrangimento, a pessoa fica marcada. Essas pessoas, com toda certeza, têm que entrar na Justiça para ir para cima da CPI, mostrar para três ou quatro lá que eles não são donos do mundo", disse.
O presidente reforçou versão segundo a qual não houve corrupção em seu governo, apesar das diversas acusações amparadas por documentos, como aquele que revela negociações do Ministério da Saúde pela compra de doses da vacina indiana Covaxin por preços superfaturados. Ele repetiu que não se pode condenar alguém pela "intenção de cometer ato ilegal".
"Pessoal, vou julgar as pessoas porque tinha vontade? Não sei o que se passa na cabeça das pessoas. Se alguém lá no Ministério tinha vontade de faturar, é uma coisa. Botar no papel e fazer é outra."