Eleições 2022

Com Geraldo Julio fora, partidos pressionam PSB para indicar nome para 2022

O posicionamento reiterado do ex-prefeito do Recife, de que não é candidato a governador, tem provocado inquietação na base aliada do PSB

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Mirella Araújo

Publicado em 22/09/2021 às 21:13 | Atualizado em 22/09/2021 às 21:19
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O reiterado posicionamento do ex-prefeito do Recife e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, tem despertado a inquietação dos partidos que compõem a Frente Popular de Pernambuco a ponto de estarem questionado o PSB sobre uma alternativa ao seu nome. Dirigentes partidários, ouvidos pelo JC, são unânimes em reconhecer que Geraldo é o candidato natural da legenda socialista, mas sua postura em não ser candidato, já não tem sido mais vista como uma “mera estratégia”.

“A narrativa que tem se construído internamente é que de fato ele não quer ser candidato. Com isso, os presidentes dos partidos que integram esse bloco liderado pelo PSB, cobram um prazo para que seja apresentada uma definição”, afirmou um aliado, em reserva.

“Existe de fato uma percepção de que é necessário estabelecer um prazo, para que se possa elaborar uma estratégia o mais rápido possível, tornado essa alternativa viável. Quando a construção não é natural, como seria no caso de Geraldo Julio, isso demanda mais tempo”, explica um dirigente, também sob reserva.

Há expectativa de que as conversa junto aos 11 partidos que hoje estão no palanque da Frente Popular se iniciem a partir de outubro e até dezembro deste ano, o governador Paulo Câmara (PSB), apontado como condutor desse processo, possa apresentar uma solução. Ele tem intensificado as conversas juntamente com o prefeito do Recife, João Campos, e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, diante da proporção que o assunto tem tomado. 

Entre os nomes que estão colocados à mesa, o da secretária estadual de Infraestrutura, Fernandha Batista, é um dos que mais tem recebido elogios, não só dos prefeitos, mas por parte da base aliada. Entretanto, por se tratar de uma eleição difícil, em que as candidaturas que a oposição venha a apresentar, não possam ser subestimadas, ser um quadro técnico deve pesar para a sua indicação.

“Ela é uma pessoa resolutiva, que tem um bom diálogo com os prefeitos e parlamentares. Mas, o cenário é diferente do que vivemos com Eduardo Campos, quando ele indicou Paulo Câmara e Geraldo Julio para disputarem o governo e prefeitura”, pontuou outro aliado.

Os nomes do secretário da Casa Civil, José Neto, e do ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio, também aparecem na bolsa de apostas da Frente Popular. Mas, o auxiliar do governador, teria deixado claro internamente que não tem a pretensão de disputar. Já o ex-ministro, é colocado como um postulante capaz de manter a unidade da Frente e possui um perfil político - ele foi eleito deputado federal por cinco mandatos, mas disputou a última eleição em 2006, há 15 anos.

ASSUNTO ENCERRADO

Dentro do próprio PSB, a postura afirmativa de Geraldo Julio também têm gerado inquietação. Mesmo que seja comum no meio político, candidatos naturais não confirmarem a postulação faltando quase um ano para as eleições, os posicionamentos públicos de que ele não entrará na disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas, são vistos como um fato em desequilíbrio com os posicionamentos de parlamentares e até mesmo da direção nacional e estadual.

Na terça-feira (22), Geraldo Julio esteve presente no ato de filiação da deputada federal Tabata Amaral e ouviu do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, de que será o candidato do PSB. “Também está aqui o ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio, futuro governador do meu Estado. Ele não quer, mas nós vamos fazê-lo candidato”, disse Siqueira.

A fala veio dias depois do ex-prefeito do Recife, encaminhar uma nota ao JC, afirmando que este assunto sobre sua candidatura estaria encerrado, em resposta as declarações do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. “Essa decisão já foi reafirmada por mim em vários veículos de comunicação. Comuniquei oficialmente ao Presidente Estadual do PSB, Sileno Guedes, também em abril, cinco meses atrás. Esse é um assunto encerrado”, declarou Geraldo.

“Sileno apenas verbalizou o que já tem sido dito pelo PSB, a reação de Geraldo foi exagerada. Ele poderia apenas não ter comentado sobre o assunto”, dispara um socialista, em reserva.

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