Entrevista

Bia Kicis diz que CPI da Covid é 'circo' para atrapalhar Bolsonaro nas eleições de 2022

Bia Kicis também falou sobre a possível saída do PSL

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Cássio Oliveira

Publicado em 27/09/2021 às 11:09 | Atualizado em 27/09/2021 às 11:28
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Deputada federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL-DF) criticou, na manhã desta segunda-feira (27), a atuação da CPI da Covid, no Senado Federal. Aliada do presidente Jair Bolsonaro, a parlamentar afirma que o objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito é desgastar o governo federal.

"Uma vergonha, um desperdício de recursos públicos, de tempo do Senado, para vermos simplesmente que querem atacar o presidente para desgastar o governo a fim de atrapalhar o presidente Bolsonaro nas eleições de 2022. Mas, mas o Brasil está vendo, tem olhos para enxergar o que está acontecendo, graças as redes, pois se depender da imprensa, há exceções, mas infelizmente se dependesse da grande mídia, as pessoas iriam apenas receber essa informação que eles querem passar. Então, é um circo, uma vergonha, me entristece muito", disse Bia Kicis  em entrevista à Rádio Jornal Petrolina.

Ao fim dos trabalhos, a CPI deverá entregar um relatório final. A previsão era de apresentação das conclusões no último dia 23 de setembro. Mas o relator Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, esclareceu que denúncias recebidas, como as da Prevent Senior, e a chegada de documentos à comissão, a exemplo das quebras de sigilos, requerem a convocação de novos personagens. Entre eles, o ministro da Defesa, Braga Netto, que foi o coordenador do comitê de enfrentamento à pandemia, e o assessor especial da Casa Civil, Elcio Franco, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde responsável pela compra de vacinas. Renan Calheiros declarou que após essas oitivas terá condições de apresentar o relatório final.

"Para não incorrer em uma imprecisão, me comprometi a apresentar o relatório no dia seguinte ao último depoimento. Eu acho que isso estabelece um patamar mais racional e que evidentemente da minha parte deverá ser cumprido. A decisão da CPI será sempre uma decisão majoritária e ela vai ao final e ao cabo dizer quem é que quer ouvir. Na sequência desses depoimentos, o último sobretudo, eu apresentarei o parecer", disse Renan.

Para o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, a mudança de data na entrega do relatório demonstra a dificuldade da oposição em apresentar provas contra o governo. "O relator e o grupo que comanda a CPI me parecem perdidos, não sabem como fechar o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito. Como acusaram, mas não conseguiram provar nada contra o governo federal, fica difícil. Falam em corrupção, mas não demonstram nenhum ato de corrupção, nenhuma prova, nenhuma evidência. Não mostram nenhum centavo de Real desviado, pago a quem quer que seja, ou seja, são acusações vazias, narrativas."

Bia Kicis sinaliza que o relatório deve ser realmente contrário à gestão de Bolsonaro na pandemia e, segundo ela, já havia direcionamento, mesmo antes do início dos trabalhos. "A gente sabe que o relatório começou antes da CPI, antes do circo ser montado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco), não instalava a CPI e foi uma decisão do Supremo que determinou a abertura. Uma interferência indevida de um Poder sobre outro. Então, algo que começa torto não pode dar certo", destacou. 

PSL e DEM

Deputados bolsonaristas que se elegeram em 2018 pelo PSL podem deixar o partido. Segundo Bia Kicis, com a fusão entre PSL e DEM, é possível que ela saia do partido, pois não fará oposição ao presidente Jair Bolsonaro. 

"Vamos aguardar o posicionamento do PSL e do DEM, ver se será favorável ou oposição ao governo, mas a base dificilmente permanecerá. É natural que se forme um partido novo e oposição não tem como fazer, somos a base do governo Bolsonaro", comentou.

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