O ex-presidente Lula (PT) é o preferido para mais de 60% dos eleitores da região Nordeste, segundo a pesquisa do Ipec divulgada nesta quarta-feira (22). De acordo com o levantamento, o petista tem intenções de voto mais expressivas entre pessoas que residem na região, oscilando de 63% na pesquisa anterior, de 25 de junho, para 65%. Por sua vez, seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tem nas regiões Norte e Centro-Oeste seu público mais fiel, oscilando de 28% para 31%.
O instituto Ipec diz também que as intenções de voto no petistao maiores quanto menor a renda familiar mensal: varia de 29% entre quem tem renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos para 59% entre quem tem renda familiar até um salário mínimo. No caso de Bolsonaro, segundo o instituto, as menções aumentam quanto maior a renda familiar mensal, passando de 16% entre quem tem renda até um salário mínimo para 40% entre quem tem renda acima de cinco salários mínimos.
Lula mantém liderança na corrida eleitoral
A pesquisa do Ipec também mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando o primeiro turno das eleições de 2022 em dois cenários, com mais de 20 pontos percentuais à frente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No cenário com dez nomes, a taxa de intenção de votos em Lula é de 45%, 23 pontos porcentuais acima da de Bolsonaro, o preferido de 22%.
Em um distante terceiro lugar, aparecem empatados tecnicamente Ciro Gomes (PDT), com 6%, e o ex-juiz Sergio Moro (sem partido), com 5%.
O apresentador de televisão José Luiz Datena, que recentemente se filiou ao PSL, foi incluído pela primeira vez na lista de possíveis concorrentes ao Palácio do Planalto. Teve 3% das intenções de voto.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), obteve apenas 2%. Citado como um possível nome da chamada terceira via, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), ficou com 1%.
Parlamentares que ganharam visibilidade na CPI da Covid, como os senadores Simone Tebet e Alessandro Vieira, ainda não são vistos como candidatos viáveis à Presidência. Nenhum dos dois pontuou na pesquisa.
No cenário com dez nomes na corrida presidencial, Lula teve cinco pontos porcentuais a mais do que a soma das taxas dos adversários (45% a 40%). Isso significa que, se a eleição fosse hoje, a disputa seria decidida em turno único, com a vitória do ex-presidente.
No cenário com apenas cinco nomes na corrida, Lula aparece com 48%, e Bolsonaro, com 23%. Também nesse caso haveria vitória no primeiro turno.
O Ipec, sigla de Inteligência em Pesquisa e Consultoria, é comandado pela estatística Márcia Cavallari, que até o ano passado era responsável pelas pesquisas do Ibope. A metodologia é a mesma do antigo instituto.
Foram feitas 2.002 entrevistas presenciais em 141 municípios, entre os dias 16 e 20 de setembro. A margem de erro máxima estimada é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Governo Jair Bolsonaro é reprovado por 53%
A maioria absoluta dos eleitores considera o governo Jair Bolsonaro ruim ou péssimo, segundo pesquisa Ipec. É a primeira vez que isso acontece na sequência de três levantamentos que o instituto fez desde o início do ano.
Além da avaliação negativa, a pesquisa trouxe outra notícia ruim para o presidente: se ele disputasse hoje o Palácio do Planalto, teria menos da metade dos votos de seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, que venceria no primeiro turno.
Nada menos que 42% dos brasileiros em idade de votar acham que o governo é péssimo. Para outros 11%, é ruim. A soma das avaliações negativas chega a 53%, quatro pontos porcentuais acima do registrado em junho, quando foi feita a pesquisa anterior do Ipec. Desde fevereiro, esse aumento foi de 14 pontos
Os eleitores que consideram a gestão federal boa ou ótima são apenas 22% - menor patamar registrado no ano. Em sete meses, a soma das avaliações positivas caiu seis pontos porcentuais. O contingente que considera a gestão regular é de 23%.
Além de avaliar o governo como um todo, o Ipec também perguntou aos entrevistados como veem o desempenho pessoal do presidente no comando do país. Nesse caso, as opiniões negativas são ainda mais dominantes: 68% afirmaram que desaprovam Bolsonaro, e 28%, que aprovam.
O presidente também é visto com desconfiança por sete em cada dez brasileiros. Nada menos que 69% disseram não confiar no presidente. Outros 28% afirmaram confiar nele.