A decisão de uma pequena comunidade da região do Vêneto de nomear o presidente Jair Bolsonaro cidadão honorário causou alvoroço na Itália nesta terça-feira (26). "A decisão foi aprovada" pela câmara municipal, confirmou à AFP a prefeita de Anguillara Veneta, uma pequena cidade de 4.000 habitantes, Alessandra Buoso, membro da Liga (partido de extrema direita).
Essa decisão foi rapidamente criticada, especialmente quando nesta terça-feira a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado pediu a suspensão das contas de Bolsonaro nas redes sociais por mencionar uma nova informação falsa sobre a covid-19. "Bolsonaro liderou uma política anticovid baseada no negacionismo e contra a vacina, que levou a milhares de mortos", denunciou Arturo Lorenzoni, porta-voz da oposição no Conselho Regional do Vêneto, região governada pela Liga.
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Contatada por telefone pela AFP, a prefeita da localidade tentou defender a decisão, explicando que a iniciativa é "para o povo que representa e não para ele como pessoa". O título de cidadão honorário busca "recompensar o recebimento dos migrantes procedentes de Anguillara Veneta no Brasil", afirmou.
Cerca de mil habitantes desta comunidade emigraram ao Brasil no final do século XIX devido à pobreza. Entre eles estão antepassados do presidente brasileiro, que emigraram em 1888. Bolsonaro viajará à Itália para a cúpula do G20 neste fim de semana em Roma. Depois pode se deslocar para a terra de seus antepassados, visita que ainda não foi confirmada.