Após reunião da Executiva Nacional realizada nesta terça-feira (26) para debater o cenário político nacional e os rumos que o partido tomará nas eleições de 2022, o Cidadania reforçou a sua disponibilidade em formar uma federação com outras agremiações com as quais possua afinidade. Participaram do encontro nomes como o vice-presidente nacional da sigla, Rubens Bueno; o líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Alex Manente (SP); e o vice-líder na Casa, deputado Daniel Coelho (PE). O presidente do partido, Roberto Freire, não participou da reunião porque está no Recife para acompanhar o funeral da irmã, Ana Maria.
Com as mudanças na legislação eleitoral promovidas pelo Congresso Nacional este ano, as federações partidárias passaram a ser uma realidade no Brasil. Diferentemente de uma coligação, a nova configuração pode ter caráter permanente, pois é formada por partidos com alinhamento programático e deve durar pelo menos os quatro anos de um mandato.
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Hoje, os partidos que frequentemente são mencionados para a formação de uma federação com o Cidadania são Rede e PV. Há chances, ainda, de que o partido se una ao PSDB, mas apenas se o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sair vencedor do processo de prévias pelo qual os tucanos passarão em novembro.
"Nós conversamos com todos os partidos do campo democrático. Hoje há algo mais sólido com o PV e aguardamos as prévias do PSDB para decidir. Caso Leite vença, há boas chances de uma federação Cidadania/PSDB/PV", declarou o deputado Daniel Coelho. "Precisamos ter clareza sobre em que federação vamos estar. Estamos articulando e logo teremos um sinal de que caminho vamos tomar", completou o parlamentar.
Para Rubens Bueno, a aliança política com outras legendas, já em discussão no partido, deve estar alinhada com as propostas do Cidadania. "É preciso ter afinidade. Ainda temos as prévias do PSDB. A conversa com os partidos está adiantada, mas precisamos esperar alguns desdobramentos", destacou.
Alex Manente foi outro a defender a federação durante o encontro. "Além de garantir a sobrevivência do partido, a federação pode dar condições de potencializarmos os candidatos com reais chances, ampliando o número de representantes na Câmara e no Senado", comentou o líder.
"Não vai ser fácil encontrarmos uma modelagem que atenda de forma satisfatória todas as necessidades, como romper a cláusula de desempenho, atrair pessoas que tenham condições de formar chapas com reais chances de sucesso e de como tratar as questões locais. Essa definição do processo é importante para começarmos a articular com os estados", observou João Azevedo, governador da Paraíba, também presente no encontro.
Ao final da reunião, o secretário-geral do Cidadania, Davi Zaia, reafirmou a necessidade de construir alianças com foco nas eleições de 2022. "Estamos de acordo que a federação abre a perspectiva de vencermos a cláusula de barreira. Vamos buscar não só uma nova formação, mas o Brasil que queremos, mais inclusivo, sem preconceito e mais justo. Por isso deve ser bem construída", argumentou.