O entendimento sobre a indicação do deputado federal André de Paula (PSD) para o Senado Federal e a deputada estadual Teresa Leitão para a vaga de vice, na chapa liderada pelo pré-candidato a governador, o deputado federal Danilo Cabral, tem esbarrado em questões mais complexas dentro e fora do PSB.
Hoje, o PT já enxerga como uma possibilidade ocupar a vice, o que há algumas semanas era algo impensável diante da reivindicação do direito de estar na majoritária. “Estamos fazendo as discussões necessárias, mas ainda não tem nada definido. A posição que o PT defende é o espaço do Senado, mas não de forma intransigente. Seja para o Senado ou para a vice, estamos construindo esse caminho junto com o PSB e sem nenhum veto aos nomes que estão colocados”, afirmou o presidente estadual do PT, Doriel Barros.
Nos bastidores do PSB, a leitura é de que antes de ser feito qualquer anúncio é preciso fazer um arranjo bem articulado que possa contemplar os partidos que também apresentaram nomes para a única vaga do Estado para a Casa Alta.
Além de André de Paula, os deputados federais Eduardo da Fonte (PP), Wolney Queiroz (PDT), Silvio Costa Filho (Republicanos) e a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), colocaram-se à disposição na disputa majoritária.
“Essas negociações têm avançado muito, mas existe uma complexidade natural do PT, que não envolve apenas a Executiva estadual, mas a nacional também. Com o nome de André, que é visto como uma boa solução, por sua conduta no parlamento, o PT tem que ser contemplado na vice e o nome de Teresa é o que apresenta mais atributos para essa indicação”, afirmou um socialista, em reserva.
Por outro lado, mesmo que se enxergue a necessidade de ter um partido de centro representado na chapa e que essa formação tenha uma simpatia grande por parte de Danilo Cabral, é justamente a trajetória de André de Paula que deixa setores do PSB e do PT preocupados.
“Ele também votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), e parte de suas votações na Câmara foram em pautas bolsonaristas. Ele ser indicado para o Senado pode dar um discurso pronto para a oposição criticar a chapa”, disparou outro socialista, também sob reserva.
Para o deputado federal e presidente do Republicanos, Silvio Costa Filho, há tempo para construir estes nomes da melhor forma possível. “Acho que nesse momento, é preciso que possamos delegar ao governador Paulo Câmara e ao candidato, condução da chapa majoritária”, disse o parlamentar, ao JC.
“A chapa pode ser definida agora, como também a posterior. Se puder ser agora, melhor, mas nós temos tempo da política e que precisa ser respeitado. E nesse momento, eu tenho me dedicado a estruturar chapa de deputado estadual, federal, fortalecimento do Republicanos e na hora certa, vamos conversar com o governador Danilo Cabral”, declarou.
Acomodações
No próximo sábado (2), encerra o período da janela partidária e da desincompatibilização de cargos. O Governo do Estado deverá ter uma baixa de até cinco secretários e com isso será necessário realizar uma mini reforma administrativa. Esse arranjo também tem contado nas discussões sobre como acomodar os aliados quando a chapa completa for apresentada.
“Não acredito que isso tenha um peso fundamental, mas nosso governo ainda tem muita coisa para entregar e, eventualmente, essa nova estrutura pode indicar sinalizações futuras. Nós temos que definir os espaços na gestão, na formação das chapas e colocar gente para juntar voto”, avaliou um socialista, que preferiu não se identificar.
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