Eleições 2022

Entenda por que Paulo Câmara e Geraldo Julio permanecem no Governo de Pernambuco

O prazo para desincompatibilização dos cargos públicos para quem deseja concorrer as eleições de outubro foi encerrado no dia 2 de abril

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 04/04/2022 às 19:18
HÉLIA SCHEPPA/SEI
SOCIALISTAS Geraldo Julio e Paulo Câmara são vistos como fortes articulares políticos para a atual campanha - FOTO: HÉLIA SCHEPPA/SEI
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O fim do prazo de desincompatibilização dos cargos públicos para quem quer disputar as eleições em outubro foi encerrado nesse sábado (2). Dois nomes geraram grande expectativa de que poderiam deixar o Governo de Pernambuco: o ex-prefeito do Recife e secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, e o próprio governador Paulo Câmara.

Entretanto, eles vão permanecer nos cargos até o dia 31 de dezembro de 2022. Dos 23 secretários estaduais que formam a estrutura administrativa do Executivo, apenas quatro foram exonerados para disputar uma vaga na Câmara Dos Deputados e na Assembleia Legislativa de Pernambuco. São eles: Rodrigo Novaes (Secretaria de Turismo); Claudiano Martins Filho (Desenvolvimento Agrário); Sileno Guedes (Desenvolvimento Social, Criança e Juventude); Lucas Ramos (Ciência, Tecnologia e Inovação).

No caso do ex-prefeito do Recife, desde que anunciou que não iria ser candidato a governador de Pernambuco, apesar de ser considerado PSB como um nome natural para o posto, foi cogitado que ele poderia disputar como deputado federal. Isso porque Geraldo, foi alçado ao longo dos oito anos em que esteve à frente da administração da capital pernambucana, como uma figura política estratégica do partido socialista.

“Geraldo Julio será um dos grandes articuladores da campanha de Danilo, devido ao político que é e sua experiência de gestão. Ele vai servir, principalmente, como um dos condutores na Região Metropolitana, até pela inserção forte que ele tem, de ter sido prefeito do Recife. Se ele não for o coordenador geral da campanha, certamente terá um papel fundamental na construção e articulação da campanha de Danilo”, defendeu o deputado estadual e vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Diogo Moraes.

A fala de Moraes foi em resposta ao questionamento feito pela reportagem sobre qual será o papel do ex-prefeito do Recife na campanha do pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB). Com relação à possível saída de Paulo Câmara do governo, o nome do socialista passou a surgir como uma espécie de solução para o imbróglio instaurado na Frente Popular para discussão sobre a indicação do Senado Federal.

Alguns nomes colocados à disposição para a vaga, já haviam declarado que, caso Paulo Câmara quisesse concorrer, não haveria nenhuma resistência. O PT também chegou a ventilar essa composição, quando apresentou o nome do senador Humberto Costa para ser o pré-candidato da Frente Popular, mas acabou abrindo mão da postulação para apoiar Danilo. 

Agora, o chefe do Executivo continuará empenhado na coordenação do projeto de sucessão estadual. Além disso, ele deverá ser reconduzido ao cargo de vice-presidente nacional do PSB - o que vai reforçar também  o seu papel na interlocução política entre os socialistas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é próximo e sempre defendeu a aliança entre os partidos. 

Governadores

Governadores de seis estados brasileiros renunciaram aos cargos na última semana. Dos que deixaram os cargos, quatro são do Nordeste e vão disputar uma vaga no Senado: Em Alagoas, Renan Filho (MDB), no Maranhão, Flávio Dino (PSB), no Piauí, Wellington Dias (PT) e no Ceará, Camilo Santana (PT).

Além deles, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato a presidência da República e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda sem definição sobre qual cargo disputará, deixaram o posto mais alto do Executivo em seus estados. Os vices assumem os cargos até o fim dos mandatos. As informações são da Agência Brasil.

Veja quais deputados pernambucanos trocaram de legenda durante a janela partidária de 2022

Na Assembleia Legislativa (Alepe), por exemplo, apenas nesse período cerca de metade dos 49 deputados deixaram as siglas nas quais foram eleitos na última eleição

Veja quais deputados pernambucanos trocaram de legenda durante a janela partidária de 2022

A janela partidária, que é o prazo que os parlamentares possuem para mudar de partido sem perder o mandato no Brasil, chegou ao fim no dia 1º de abril e gerou uma verdadeira tsunami de trocas de siglas em Pernambuco. Na Assembleia Legislativa (Alepe), por exemplo, apenas nesse período cerca de metade dos 49 deputados deixaram as siglas nas quais foram eleitos na última eleição.

O fechamento da janela partidária ocorre seis meses antes do primeiro turno das eleições. A regra foi criada na Reforma Eleitoral de 2015, depois que a Justiça Eleitoral decidiu que o mandato adquirido em eleições para deputados e vereadores é das legendas, não dos candidatos eleitos. Se por acaso algum parlamentar tentar mudar de agremiação fora da janela sem justificativa válida, ele pode perder o cargo.

Na Alepe, pelo menos 26 deputados estaduais mudaram de sigla até a semana passada. Algumas dessas mudanças foram curiosas, como a do deputado Marco Aurélio Meu Amigo, que era do PRTB e chegou a ser líder da oposição na Casa, mas se filiou ao PSB, partido do governador Paulo Câmara.

Outra alteração que chamou atenção foi a da deputada Priscila Krause, que depois de 16 anos filiada ao Democratas, saiu do partido depois que ele se fundiu ao PSL, criando o União Brasil. Agora, a parlamentar faz parte do Cidadania e é cotada para fazer parte da chapa majoritária da pré-candidata a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Partido que conquistou a maior bancada da Alepe em 2018, com 11 deputados, o PSB perdeu três parlamentares e ganhou seis nesta janela partidária. O PP, que ficou com 10 cadeiras na última eleição, recebeu cinco filiações e desfiliou cinco representantes na Casa. Todos os cinco deputados do PSC, terceira maior bancada da Alepe até então, deixaram a legenda.

Na Câmara dos Deputados, em Brasília, houve menos mudanças entre os pernambucanos. Dos 25 parlamentares, apenas cinco mudaram de sigla nas últimas semanas.

A deputada Marília Arraes foi uma delas. A agora ex-petista deixou o partido de Lula, se filiou ao Solidariedade e anunciou sua pré-candidatura a governadora. Antigo presidente do novo partido de Marília, Augusto Coutinho agora integra os quadros do Republicanos.

Sigla do presidente Jair Bolsonaro, o PL é o partido que possui, hoje, a maior bancada da Câmara, com 73 deputados. Em Pernambuco, dois parlamentares deixaram as suas legendas e engordaram essa soma: André Ferreira, ex-PSC, e Pastor Eurico, ex-Patriota.

Após uma série de desentendimentos com a cúpula do PDT no Estado, Túlio Gadêlha deixou o partido e migrou para a Rede.

Confira abaixo as mudanças ocorridas em cada Casa Legislativa:

Alepe

Adalto Santos - saiu do PSB e foi para o PP
Alberto Feitosa - saiu do PSC e foi para o PL
Alessandra Vieira - saiu do PSDB e foi para o União Brasil
Álvaro Porto - saiu do PTB e foi para o PSDB
Antonio Fernando - saiu do PSC e foi para o PP
Clarissa Tércio - saiu do PSC e foi para o PP
Claudiano Martins - saiu do PSB e foi para o PP
Clodoaldo Magalhães - saiu do PSB e foi para o PV
Eriberto Medeiros - saiu do PP e foi para o PSB
Fabíola Cabral - saiu do PP e foi para o SD
Fabrizio Ferraz - saiu do PP e foi para o SD
Guilherme Uchoa Jr - saiu do PSC e foi para o PSB
Gustavo Gouveia - saiu do União Brasil e foi para o SD
Henrique Queiroz Filho - saiu do PL e foi para o PP
João Paulo - saiu do PCdoB e foi para o PT
João Paulo Costa - Era do Avante, mas sua assessoria não informou se ele trocou de sigla
Joaquim Lira - saiu do PSD e foi para o PV
Joel da Harpa - saiu do PP e foi para o PL
Marco Aurélio Meu Amigo - saiu do PRTB e foi para o PSB
Priscila Krause - saiu do União Brasil e foi para o Cidadania
Rodrigo Novaes - saiu do PSD e foi para o PSB
Rogério Leão - saiu do PL e foi para o PSB
Romário Dias - saiu do PSD e foi para o PL
Romero Albuquerque - saiu do PP e foi para o União Brasil
Romero Sales Filho - saiu do PTB e foi para o União Brasil
Tony Gel - saiu do MDB e foi para o PSB
Wanderson Florêncio - saiu do PSC e foi para o Podemos

Câmara dos Deputados

Marília Arraes - saiu do PT e foi para o SD
André Ferreira - saiu do PSC e foi para o PL
Pastor Eurico - saiu do Patriota e foi para o PL
Augusto Coutinho - saiu do SD e foi para o Republicanos
Túlio Gadêlha - saiu do PDT e foi para a Rede

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