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Presidenciáveis repudiam Eduardo Bolsonaro por deboche de tortura a jornalista

Tuíte do filho do presidente Jair Bolsonaro, feito no domingo (3), foi considerado por muitos uma agressão à profissional

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Ana Maria Miranda

Publicado em 05/04/2022 às 10:58
Miriam Leitão foi torturada durante a ditadura militar - reprodução
Do Estadão Conteúdo
Presidenciáveis se manifestaram sobre o comentário feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em tom de deboche, sobre a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar.
O tuíte do filho do presidente Jair Bolsonaro, feito no domingo, 3, foi considerado por muitos uma agressão à profissional, rendeu uma onda de repúdio de diversos políticos, de esquerda e de direita, e fez com que ele se tornasse alvo de pedidos de cassação.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionou contra Eduardo na manhã da segunda-feira, 4. O petista afirmou que Miriam Leitão foi vítima de ataque "daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura". E acrescentou: "Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade".
 
A pré-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) descreveu a jornalista como "uma mulher de coragem". Ao prestar solidariedade, a senadora disse que "fazer piada com tortura é característica daqueles que não têm o mínimo de humanidade", se referendo a Eduardo Bolsonaro.
 
Ex-presidenciável do Podemos, Sérgio Moro classificou o episódio como "inaceitável" e afirmou que "covarde é quem ofende mulher".
 
O deputado federal André Janones, pré-candidato ao Planalto pelo Avante, disse que o ataque proferido pelo colega parlamentar foi "inescrupuloso". "É impossível de explicar que tipo de ser humano debocha do fato de uma mulher grávida ter sido torturada?", publicou.
 
O ex-ministro Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT, chamou Eduardo Bolsonaro de "verme" e disse considerar difícil saber quem é pior: "o que fere primeiro ou o que reacende a chaga da memória sempre aberta de um torturado". Ele defendeu que o caso seja levado ao Tribunal Penal Internacional, de Haia, para que o deputado seja julgado com "outros membros de sua nefasta família".
 
O ex-governador Eduardo Leite, que mantém articulações para a corrida presidencial, afirmou que "não há palavras para descrever a falta de humanidade" presente em declarações como a de Eduardo. "Não há nela ideologia ou arroubo político, senão pura desumanidade", escreveu, acrescentando não se tratar apenas de democracia, "mas de decência".
 
No último domingo, Eduardo Bolsonaro reagiu a uma postagem de Miriam Leitão que criticava o seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e escreveu: "ainda com pena da cobra". Segundo relatos da jornalista, ela foi torturada enquanto estava grávida na ditadura militar, e, em um dos episódios, ficou trancafiada por horas em uma sala com uma jiboia.
 

Cassação

O PSOL e a Rede Sustentabilidade entraram nesta segunda-feira com um pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar.

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