O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (8) que se dedicará "de corpo e alma" para que a aliança com o ex-governador Geraldo Alckimin seja aceita pelo PT.
Durante evento em São Paulo, o PSB indicou o nome de Alckmin para ser candidato à vice na chapa com Lula. Mas a indicação ainda precisa ser aceita pelo Diretório Nacional do PT.
De mãos dadas com Alckmin, Lula disse que a composição é necessária para consertar o País. "Nós estamos dando uma demonstração muito forte ao Brasil".
"Esse dia pra mim é importante, Alckmin, tenho certeza que o PT vai aprovar seu nome", disse o petista.
No PT, lideranças históricas do partido ainda rejeitam Alckmin pelo seu histórico à direita e sua relação com pautas econômicas liberais. O ex-governador foi por mais de 30 anos do PSDB, partido rival dos petistas.
Mas Lula preferiu minimizar essa rivalidade. "Já fui adversário do Alckmin, do José Serra (PSDB), do Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e nunca nos desrespeitamos", disse o ex-presidente.
O PT começa a discutir a aliança formal entre Lula e Alckmin na próxima reunião virtual do Diretório Nacional, marcada para 14 de abril.
Com a formalização da chapa em vista, o ex-presidente prometeu percorrer o País "de Roraima ao Chuí para conversar com o povo".
O petista ainda afirmou que, se a chapa for concretizada, não será apenas para disputar as eleições. "Vocês vão participar da elaboração do programa do governo, vão participar da combinação da montagem do governo", afirmou Lula durante encontro com lideranças de ambas legendas.
Carta
Na ocasião, o PSB apresentou uma carta ao petista, assinada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, declarando que a legenda "deseja contribuir na tarefa programática inerente à formação de uma frente ampla de forma produtiva e efetiva".
No documento, a legenda afirma que a disputa eleitoral não estará relacionada "aos embates de natureza histórica entre esquerda e direita", em referência à rivalidade entre as lideranças no passado. "O que estará em questão nas eleições de 2022 é o confronto decisivo entre democracia e autoritarismo".
PSB
Com críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB), o PSB defende a construção de uma frente ampla com na qual se associem "partidos de distintos matizes, mas francamente democráticos".
Alckmin falou durante o evento. "Aqui foi bem explicitado o momento grave que nós estamos vivendo, na realidade não é hora de terrorismo, é hora de generosidade, grandeza politica, desprendimento e união. Política não é uma área de solitária, a força da política é centrípeta, nós vamos somar esforços aí pra reconstrução do nosso país", disse.