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Comissão da Câmara quer ouvir Marcos Valério por delação que liga PT ao PCC

A iniciativa de chamar Valério partiu do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro. PT diz que ''querem armar o cenário para que lá sejam repetidas as mentiras, armações e calúnias já derrubadas''

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Amanda Azevedo

Publicado em 07/07/2022 às 19:10
Marcos Valério declarou conexão entre o PT e a organização criminosa PCC. Nenhuma das afirmações foi comprovada - Agencia Brasil/Arquivo

Da Estadão Conteúdo

A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou nesta terça-feira (5) um convite para que Marcos Valério, personagem central do caso do mensalão, seja ouvido a respeito de acusações feitas ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em delação à Polícia Federal. A iniciativa de chamar Valério partiu do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Condenado a 37 anos de prisão, sob a acusação de ter operado o esquema do mensalão no primeiro mandato de Lula, Marcos Valério afirmou, em depoimento à PF, que administrou um caixa secreto de R$ 100 milhões para o PT. Ele repetiu, ainda, que a legenda tinha vínculos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações foram divulgadas pela revista Veja.

A intenção da Comissão de Segurança é ouvir Marcos Valério na semana que vem, em audiência pública. A data ainda não foi agendada, mas aliados de Bolsonaro querem que Marcos Valério compareça à Câmara no próximo dia 14.

Parlamentares do Centrão usaram a tribuna, nesta quarta (6) para cobrar explicações sobre as denúncias feitas por Valério e aumentar o desgaste do PT. O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) pediu proteção da Polícia Federal a Valério, até que seja ouvido na Câmara.

"Eu fico aqui pensando se ele estará vivo para ouvir os nossos questionamentos", afirmou Tadeu.

Outros insistiram na denúncia feita por Marcos Valério em depoimento à Operação Lava Jato, em 2016. À época, ele disse ter feito pagamentos clandestinos para que Lula não fosse implicado no sequestro e assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel. O crime ocorreu há 20 anos.

O advogado Marcelo Leonardo, que representa Marcos Valério, disse que o seu cliente cumpre pena em liberdade e está impedido de falar sobre a delação por causa do acordo com a Justiça. Ele não confirmou se o pivô do mensalão irá comparecer à convocação feita pela comissão da Câmara.

Resposta da cúpula do PT 

Em nota divulgada ontem à noite, a cúpula do PT disse que "o bolsonarismo mobilizou seus agentes" com o objetivo de aprovar um convite para que Marcos Valério deponha na Comissão de Segurança da Câmara.

"Querem armar o cenário para que lá sejam repetidas as mentiras, armações e calúnias já derrubadas nas mais diversas instâncias judiciais e investigativas", destaca um trecho da nota.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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