STF
Fachin e Fux não irão a reunião de Bolsonaro com embaixadores sobre urnas
No encontro, o presidente da República apresentará aos estrangeiros a tese nunca comprovada de fraude nas urnas eletrônicas
Cadastrado por
Renata Monteiro
Publicado em 16/07/2022 às 20:24
| Atualizado em 16/07/2022 às 20:25
Do Estadão Conteúdo
Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não irão ao encontro organizado pelo
presidente Jair Bolsonaro com embaixadores de países estrangeiros no Brasil, previsto para segunda-feira, dia 18. No encontro, o presidente da República apresentará aos estrangeiros a tese nunca comprovada de fraude nas urnas eletrônicas.
Em ofício enviado ao Palácio do Planalto, o presidente do TSE, o ministro Edson Fachin, disse que o "dever de imparcialidade" o impede de ir à reunião. Já o presidente do STF, Luiz Fux, estará fora de Brasília e só retorna à capital na terça-feira.
Além de Fux e Fachin, Bolsonaro também convidou para o encontro com os dignitários estrangeiros o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Emmanoel Pereira; e a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes - este último é um órgão de assessoria do Congresso e não faz parte do Poder Judiciário. Só Pereira confirmou presença.
"Incumbiu-me o Senhor Presidente do Tribunal Superior Eleitoral de agradecer ao honroso convite, mas, na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano,
o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados", diz o ofício do TSE, assinado pela chefe do Cerimonial do tribunal, Fernanda Jannuzzi.
A reunião de Bolsonaro com os embaixadores é uma resposta a um evento realizado em maio deste ano pelo TSE para apresentar aos embaixadores estrangeiros o funcionamento do sistema eletrônico de votação adotado no Brasil.
Procurado, o Palácio do Planalto não informou a relação de convidados que confirmaram presença.