Janja, a esposa do ex-presidente Lula (PT) deu um show de carisma e simpatia nos atos públicos do marido em Pernambuco. Ela, aliás, ajudou a trazer um pouco de leveza aos eventos, marcados pela tensão das vaias aos candidatos do PSB no palanque.
Janja dançou passinho, cantou o hino de Pernambuco, ensaiou uns passos de frevo e de xaxado, usou chapéu de couro e interagiu bastante com o público.
Engana-se quem pensa que a socióloga paranaense, de 55 anos, está nos comícios apenas na condição de mulher de Lula. Janja tem papel de destaque na campanha do petista. Foi ela a responsável pela releitura da canção "Sem medo de ser feliz", jingle original da campanha presidencial de 1989, que volta agora reformulado.
Pabllo Vittar, Duda Beat, Martinho da Vila, Chico Cesar, Paulo Miklos, Mart'Nália, Gilsons, Teresa Cristina, Maria Rita, Zélia Duncan e outros nomes emprestaram a voz para o vídeo-jingle oficial da campanha.
Sempre que apresentam o jingle ao público durante os comícios, ela pega o microfone para cantar e convida todo mundo pra ir junto, fazer o L, acender a luzinha do celular. No ato público do Recife, na quinta-feira (22), no Classic Hall, Janja conseguiu dar uma pausa no clima tenso das vaias e aplausos fake (produzidos eletronicamente pela coordenação do evento para abafar os gritos e vaias do povo contra o PSB).
"Recife, vamos botar amor no coração e cantar. Vamos cantar para ele (Lula)", pediu, conseguindo engajar o público. Até porque em nenhum momento as vaias foram dirigidas ao ex-presidente, sendo endereçadas aos aliados do PSB, como o pré-candidato a governador, Danilo Cabral e o governador Paulo Câmara.
Diante do público tomado por seu entusiasmo, Janja agradeceu à cidade. "Tá lindo Recife. Rolou amor aqui. Deu match", brincou, encerrando com um beijo em Lula.
No comício do Classic Hall ela também cantou o hino de Pernambuco a plenos pulmões, acompanho a letra pelo celular. A execução do hino, aliás, foi um dos momentos mais bonitos do encontro. Karina Spinelli e Romero Ferro, acompanhados por Benza Deus e os ogãs Nego Henrique e Rafa Peixoto, apresentaram uma leitura do hino, a partir dos povos dos terreiros. Inesquecível.
Amor de Janja e Lula começou na prisão
Rosângela da Silva era uma antiga amiga de Lula, mas só se aproximaram afetivamente no final de 2017, depois da morte de dona Marisa. Enquanto o ex-presidente esteve preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, ela era uma das poucas pessoas autorizadas a visitá-lo.
Em entrevista Lula contou que ela lhe trazia comida e fazia questão de levar sua roupa para lavar. Desse convívio surgiu a paixão que terminou em casamento, em maio deste ano. Em seus discursos, o petista brinca que não é "malandro" para "ficar" e decidiu assumir compromisso com a socióloga, casando na igreja e no civil.
No evento em Serra Talhada, no Sertão, Janja usou chapéu de couro e ensaiou uns passos de xaxado junto com o marido. No encontro com artistas, no Teatro do Parque, na quinta-feira, no Recife, dançou frevo, enquanto Lula tentava fazer evolução com a sombrinha.
Dançando o passinho
Quando dançou o passinho, com direito a coreografia e tudo, Janja contagiou o público e o palanque, que não resistiu e dançou junto. Até a "aristocrática" Lu Alckmin, esposa de Geraldo Alckmin (pré-candidato a vice-presidente no palanque de Lula) descobriu o passinho.
Mesmo se mostrando um pouco envergonhada, a ex-primeira-dama de São Paulo aceitou o convite de Janja para dançar, levantou do palanque e descobriu o passinho.
Além de Lula, ovacionado pelo público em todos os eventos de encerramento de sua passagem por Pernambuco, se alguém mereceu aplausos (verdadeiros, não aqueles fakes) foi Janja. Muitas palmas para ela.