Marília Arraes afirma que campanha será feita "com respeito aos adversários" e rebate acusações do PSB

A deputada federal do Solidariedade oficializou sua candidatura ao Governo de Pernambuco neste domingo (31)
Mirella Araújo
Publicado em 31/07/2022 às 21:14
Marília Arraes (SD), Sebastião Oliveira (Avante) e André de Paula (PSD) com Paulinho da Força, presidente nacional do SD, na convenção partidária no Recife Foto: Beto dlc/JC Imagem


Ao ser oficializada como candidata a governadora de Pernambuco, durante a convenção do Solidariedade, realizada neste domingo (31), a deputada federal Marília Arraes, deixou claro que não pretende guiar sua campanha pelo que chamou de "discurso do ódio". Ela relembrou a disputa eleitoral de 2020, no Recife, em que concorreu no segundo turno contra o candidato do PSB, o prefeito João Campos.

“O discurso de ódio foi prática deles na última campanha e, na minha opinião, acima de tudo, é uma falta de respeito com o povo que está assistindo tudo isso. De minha parte, nossa campanha terá muito respeito aos nossos adversários, respeito com quem pensa diferente”, declarou a parlamentar, acrescentando que pretende lutar contra possíveis perseguições de quem quiser aderir ao seu palanque.

Ela citou como exemplo, a artista pernambucana Lia de Itamaracá, que esteve presente na convenção, fazendo uma apresentação antes do encerramento do evento. Na semana passada, a mestra da cultura popular recebeu a notícia de que não iria mais se apresentar na celebração do 519º aniversário de Fernando de Noronha.

Segundo a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) , o acordo teria sido cancelado por falta de recursos, mas Marília Arraes alega que o motivo teria sido o apoio que Lia de Itamaracá declarou ao seu palanque.

Também na última semana, Marília Arraes foi acusada de plagiar um programa anunciado pelo pré-candidato a governador do PSB, o deputado federal Danilo Cabral (PSB), chamado de “Pacto pela Água”. A proposta seria semelhante ao programa “Água para Todos”, lançado pela candidata do Solidariedade e que trata da universalização da água no Estado.

“Não encaro isso de maneira negativa. O que é negativo, é o povo não ter água na torneira, é disso que a gente está falando. As pessoas não têm água, 90% das estradas de Pernambuco estão em péssimo estado e isso não é dado da minha cabeça, mas dado oficial”, disparou.

“O que os adversários falam é um direito deles e vou respeitar esse direito, vou defender que eles digam o que quiserem. Agora, a nossa conversa com o povo de Pernambuco é essa, o que a gente quer fazer pelo nosso Estado”, completou Marília.

ARRAES

Assim como o programa Água para Todos foi inspirado no programa do ex-governador Miguel Arraes, “Luz para Todos” - que tinha como meta levar luz elétrica para a zona rural do Estado -, Marília Arraes citou, durante seu discurso, a reformulação do Chapéu de Palha, outra iniciativa do governo do seu avô.

“O Chapéu de Palha é um programa muito importante, porque foi um dos primeiros programas sociais de transferência de renda do Brasil. Então, a gente precisa reeditar e modernizar, adaptando o Chapéu de Palha para esses novos tempos. Inclusive, levando para a cidade oportunidades de empreendedorismo, de acesso a microcrédito, de qualificação profissional”, explicou.

O programa foi criado em 1988, para beneficiar trabalhadores rurais e agricultores da família nos períodos de entressafra ou defeso. No ano passado, a deputada federal chegou a propor a ampliação do Chapéu de Palha para nível nacional, com objetivo de conceder um benefício de até R$ 300 por família cadastrada.

FRENTE POPULAR

A convenção também oficializou as candidaturas dos deputados federais André de Paula (PSD), que concorre ao Senado Federal, e Sebastião Oliveira (Avante), candidato a vice-governador na chapa.

Sobre o fato de que os parlamentares até pouco tempo integravam o governo estadual, do qual faz duras críticas, e como isso será explicado aos eleitores, Marilia Arraes lembra que os demais candidatos da oposição como a ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil) e o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), também já foram aliados da Frente Popular.

“Meus outros adversários, todos da oposição, saíram da aliança do PSB depois de mim. Eu sou oposição muito antes que os outros candidatos da oposição. A gente não tem que ficar discutindo quem estava lá e quem não estava. A gente tem que discutir onde estão agora, e eles estão conosco, com o presidente Lula e lutando para melhorar Pernambuco porque não concordam com o que eles estão fazendo com o nosso estado”, respondeu.

 

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