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Política e religião se misturaram, na tarde deste sábado (6), durante a Marcha por Jesus, na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
Em seus únicos dois momentos de fala, Bolsonaro focou em convocar seus apoiadores para um ato no próximo 7 de setembro, dia em que se comemora a independência do Brasil e reforçou um tom de ''bem contra o mal" nas eleições de outubro.
“Nós sabemos de que lado estamos e em que lado quer o povo brasileiro. Nós queremos a paz, a democracia, queremos o bem estar do povo e, acima de tudo, queremos a liberdade para louvar”, declarou.
Acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente não fez um discurso acalorado, com ataques às instituições, como visto em outros momentos.
Bolsonaro preferiu falar sobre a "missão de governar o País" e pediu que as pessoas votem com a razão e não com emoção, mas não pediu explicitamente votos para si nem para seus aliados.
Nas ruas, apoiadores de diversas partes do Estado vieram em caravanas. O presidente chegou por volta das 14h30 ao local, após almoço com pastores na Universo, e pessoas se empurravam buscando uma brecha para fotografá-lo ou apertar sua mão.
Bolsonaro seguiu por toda a marcha em cima do trio elétrico, apenas no início o Chefe do Executivo teve um breve momento com apoiadores no chão.
Durante o percurso da marcha - entre a Padaria Boa Viagem e o Pina - bandeiras do Brasil e de apoio a Bolsonaro tomavam a avenida e, no meio delas, uma pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os apoiadores, como de costume chamaram Bolsonaro de "mito" e reforçaram o "eu vim de graça". A maioria dos prédios da Avenida Boa Viagem também estavam com bandeiras do Brasil penduradas nas sacadas, como forma de mostrar apoio ao desfile do presidente, mas uma bandeira chamou atenção.
Nas proximidades do Pina, três apartamentos de um prédio colocaram nas janelas e varandas bandeiras em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), maior adversário político de Bolsonaro nesta eleição.
Os apoiadores do presidente nada gostaram e começaram a gritar "Lula Ladrão". "O povo gosta mesmo de votar em Ladrão" disse um eleitor de Bolsonaro ao ver a bandeira.
Mesmo com os gritos de "a nossa bandeira jamais será vermelha" em direção aos lulistas do apartamento, a marcha seguiu sem maiores problemas.
Um dos momentos de maior destaque foi a oração por Bolsonaro. Os pastores pediram que todos erguessem suas mãos e orassem pela família do presidente e da nação.
No final, após orações dos pastores presentes no trio elétrico e de Michelle, Bolsonaro falou ao público, desembarcou do veículo e foi direto para uma van que levou embora sua comitiva.
A Marcha continuou com um culto no palco montado sobre a areia da praia no Pina.
A primeira-dama Michelle discursou ao lado de Bolsonaro. A participação dela é vista pela campanha à reeleição como um trunfo para conquistar votos de mulheres religiosas.
Os evangélicos, em sua maioria, apoiam Bolsonaro, de acordo com pesquisas recentes, mas o presidente tem índices baixos de popularidade no público feminino.
"O grande rei, o presidente maior é o nosso senhor Jesus Cristo. Um beijo no coração de cada um de vocês e vamos continuar louvando o nosso Deus", disse Michelle.
Candidatos
Os candidatos aliados de Bolsonaro em Pernambuco não ficaram no trio com o presidente. Nomes como Anderson Ferreira, Gilson Machado Neto, Coronel Feitosa, Coronel Meira, Joel da Harpa e outros optaram pelo corpo a corpo direto com os apoiadores no chão.