Eleições 2022

Vice de Anderson Ferreira defende Bolsonaro e diz que apesar de falas misóginas, presidente atua em defesa das mulheres

Izabel Urquiza disse, ainda, que "mesmo que não concorde" com algumas atitudes e falas do presidente da República, prefere focar na resolução de problemas, não em apontar as deficiências da gestão

Renata Monteiro
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Publicado em 02/09/2022 às 15:01 | Atualizado em 02/09/2022 às 15:11
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Gilson Machado, Anderson Ferreira e Izabel Urquiza formam a chapa majoritária do PL - FOTO: REPRODUÇÃO
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Em entrevista na manhã desta sexta-feira (2), a candidata a vice-governadora de Pernambuco na chapa de Anderson Ferreira (PL), Izabel Urquiza (PL), afirmou que mesmo se considerando uma defensora dos direitos das mulheres, não vê problema algum em apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), famoso por falas e atitudes misóginas e machistas. Na visão da liberal, o que deve ser considerado pelo eleitorado ao avaliar o presidente são suas ações de governo voltadas ao público feminino, não os ataques já proferidos por ele.

"A minha posição sempre foi clara em defesa das mulheres. (...) E embora a gente saiba que existem declarações como essas (do presidente), do ponto de vista prático, o que o governo federal tem feito, o que o presidente Bolsonaro tem feito em relação às políticas femininas, a gente não pode deixar de lado. Nas ações habitacionais, por exemplo, nos critérios federais há prioridade para as mulheres. Durante a pandemia, as mulheres chefes de família tiveram em dobro o Auxílio Emergencial, então às vezes a fala é interpretada de um jeito, mas a prática e as ações, que eu acho que são mais importantes, são diversas", observou a candidata, em sabatina na Rádio Folha.

Izabel Urquiza disse, ainda, que "mesmo que não concorde" com algumas atitudes e falas do presidente da República, prefere focar na resolução de problemas, não em apontar as deficiências da gestão. "Quando eu vejo uma situação de adversidade, eu não me prendo naquela questão. Eu penso: 'eu concordo com isso?' Se eu concordar, vou ajudar, se eu enxergar que algo não está legal, eu não foco naquele problema, mas no que eu posso contribuir. Mesmo que eu não concorde com algumas coisas que foram faladas, como estou nesse local, vou defender e ser fiel ao que eu acredito", completou.

Após o seu companheiro de chapa levar falta em mais um debate, desta vez o que foi produzido pelo Diario de Pernambuco em parceria com outros veículos de comunicação, e tê-la enviado como representando à sabatina da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Izabel Urquiza foi questionada sobre os motivos que levaram o candidato a governador a não comparecer aos eventos.

Em resposta, a postulante a vice declarou que, diferentemente do que têm dito os adversários do grupo, Anderson não está fugindo do embate, mas pode, no futuro, optar por não participar de compromissos como esses, caso julgue necessário.

"Ele (Anderson) tem debatido em várias oportunidades. Desde a carreata do último sábado ele vinha meio adoentado, e ontem amanheceu mal. Eu aproveito até para agradecer a confiança dele de me colocar para substituí-lo. Imagine a responsabilidade. Mas não existe isso de fugir de debate, não. Ele tem se colocado e a gente vai continuar discutindo, agora briga é que eu não acho legal. E às vezes tem candidatos que usam o debate para agredir, e talvez, se ele sentir que o cenário não vai ser construtivo para o eleitor, que ele diga que não irá. É uma avaliação futura", pontuou Izabel.

EMPRÉSTIMO

Durante a sabatina da manhã, também foi perguntado à candidata se ela concorda com as críticas que Anderson fez ao governador Paulo Câmara (PSB) devido a um empréstimo de R$ 800 milhões contratado pelo Governo de Pernambuco. Segundo Izabel, o chefe do Executivo tem "todo o direito" de fazer a operação de crédito, muito embora creia que os órgãos de controle devem estar a par de todos os detalhes da movimentação.

"O governador é quem está gerindo, ele tem todo o direito de fazer (o empréstimo). Com o que Anderson se preocupa é que seja feita uma análise orçamentária porque quem quer governar a partir de 2023 tem que ter o compromisso de saber o que está sendo feito nessa reta final", cravou Izabel.

Na noite da última quinta-feira (1º), Anderson Ferreira lançou uma nota na qual classificou o empréstimo como uma "negociata imoral de crédito" e que, se eleito, vai reavaliar todas as decisões que estão sendo tomadas na reta final do governo.

"Definitivamente, não há transparência em nada no que o governo do PSB faz, mas o povo do nosso estado pode contar com a certeza de que, no dia 1° de janeiro de 2023, nós iremos abrir essa caixa preta. Não se faz um empréstimo de R$ 800 milhões às vésperas de deixar o governo e ainda mais sob a condição de pior governador da história de Pernambuco", disparou o candidato a governador, por nota.

No texto, Anderson também reforçou que a atitude de Paulo seria irresponsável e que a conta a ser paga vai ser deixada no colo do futuro governador. Ele lembrou, ainda, que até agora não houve qualquer explicação do Palácio do Campo das Princesas quanto à destinação dos recursos arrecadados pelo Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (Feef).

"Como se não bastasse todas as irresponsabilidades que se arrastam nesse governo, além de não ter moral e vergonha na cara, Paulo Câmara também não tem credibilidade junto à população para fazer esse empréstimo. Ele não tem carta branca para isso. E agora nos deparamos com mais esse presentinho, que sabe-se lá quanto irá custar ao futuro do estado. Eleito, vou responsabilizá-lo administrativa e, se couber, criminalmente por essas atitudes", finalizou Anderson Ferreira.

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