ELEIÇÕES 2022

Lavareda comenta ineditismo da eleição em Pernambuco, mas chama atenção para votos válidos

A quatro dias do primeiro turno, o cientista político Antônio Lavareda analisou o panorama das eleições em Pernambuco e no Nordeste

Augusto Tenório
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Augusto Tenório
Publicado em 28/09/2022 às 12:03 | Atualizado em 28/09/2022 às 18:22
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ANÁLISE Para Lavareda, vai ficar mais fácil uma leitura em perspectiva do que pode acontecer na campanha - FOTO: DIVULGAÇÃO
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A quatro dias do primeiro turno, o cientista político Antônio Lavareda analisou o panorama das eleições em Pernambuco e no Nordeste. No programa Corrida eleitoral, transmitido nesta quarta (28) pela Rádio Jornal, o sociólogo analisou os números apontados pelo Agregador de Pesquisas JC/Oddspointer

O cientista político destaca o ineditismo do cenário da disputa pelo Governo de Pernambuco. "A corrida chega ao seu final com o mesmo formato pentagonal. São cinco candidatos competitivos, com mais de 10% de intenção de voto, algo inédito em Pernambuco e no Brasil", avalia. 

Lavareda, que é diretor do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe), avalia que os movimentos indicados pelo Agregador, com em relação à semana passada, foram pequenos.

"Fora Marília Arraes, não é possível dizer quem chegará em segundo lugar, ao segundo turno, tudo vai depender destes últimos momentos", diz. Nesse sentido, o Lavareda destaca a importância dos debates na última semana antes do primeiro turno.

Nessa terça (27), realizou-se um debate na TV Globo, que não contou com Marília Arraes (Solidariedade)e e Anderson Ferreira (PL). Os candidatos foram alvos de críticas dos adversários, como Danilo Cabral (PSB), Raquel Lyra (PSDB) e Miguel Coelho (UB).

"[A ausência] traz um desgaste. Teremos um debate final na quinta, da TV Jornal, que terá uma grande audiência. (...) Até lá, é difícil, se não impossível, saber quem será o segundo colocado", pontua Lavareda.

Votos válidos

Lavareda chamou atenção para um fator que pode ser decisivo na eleição para o Governo de Pernambuco: o número de votos válidos. O cientista político recorda que as abstenções e os votos nulos ou em branco garantiram a Paulo Câmara (PSB) uma vitória no primeiro turno na última eleição.

"Em 2018, Paulo Câmara ganhou a eleição no primeiro turno, teve quase 51%, equivalente a 29,21% do eleitorado. Marília Arraes, teoricamente, tem uma participação do total de votos que, se fosse em 2018, teria condições de ganhar no 1º turno", compara.

Ele completa: "Na eleição passada, tivemos uma abstenção elevadíssima, 1.17 milhão de eleitores não compareceram e praticamente 1.6 milhão votaram em branco ou nulo. Então os votos válidos ficaram muito reduzidos".

Neste ano, o candidato ao Governo não arrasta Senado

A disputa pelo Senado em Pernambuco segue a mesma lógica da disputa pelo Governo: uma candidata lidera de maneira isolada, enquanto três candidatos disputam de maneira apertada o segundo lugar. A questão, porém, é que a corrida pela Câmara Alta não tem segundo turno.

Dessa forma, a posição de Teresa Leitão (PT) segue confortável. A petista segue em ascensão e chegou a 26% de intenção de voto. Na sequência, André de Paula (PSD), Gilson Machado Neto (PL) e Guilherme Coelho (PSDB) disputam o segundo lugar, na casa dos 10%.

Teresa Leitão é candidata pela Frente Popular, coligação que tem Danilo Cabral (PSB) como candidato ao Governo. O socialista, a despeito da vantagem da aliada, encontra dificuldades para crescer e ainda luta por uma vaga no segundo turno. Já André de Paula (PSD) contrasta sua intenção de voto com a de Marília Arraes, sua candidata ao Governo de Pernambuco.

"Na maioria absoluta das vezes, o candidato ao Senado vai junto com o Governador. Isso não ocorreu pouquíssimas vezes, como em 2006, com Jarbas e Mendonça, e em 1994, com Carlos Wilson eleito a despeito da vitória de Miguel Arraes. É quase tão difícil Teresa Leitão ser alcançada pelos adversários ao Senado quanto Marília Arraes ser alcançada na disputa pelo Governo de Pernambuco", comentou Lavareda.

 

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