Da AFP
A dez dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou de 12 para 14 pontos percentuais a vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (22), indicando uma possível vitória do petista no primeiro turno.
Lula subiu de 45% para 47% das intenções de votos em relação à semana passada, contra 33% para Bolsonaro, que manteve os mesmos números da pesquisa anterior.
Considerando apenas os votos válidos (sem brancos nem nulos), Lula teria 50% do apoio do eleitorado, porcentagem mínima para garantir uma vitória no primeiro turno.
O que é pesquisa estimulada?
Embora o crescimento de Lula esteja dentro da margem de erro da pesquisa (+/- 2 pontos) e os analistas continuem a acreditar em uma definição no segundo turno, criou-se nos últimos dias "um ambiente favorável para uma vitória no primeiro turno" em 2 de outubro, afirmou à AFP Adriano Laureno, analista político da consultoria Prospectiva.
Este clima deve-se em parte a "erros" cometidos por Bolsonaro, como sua polêmica viagem ao exterior para participar do funeral da rainha Elizabeth II e "a uma articulação bastante efetiva que o PT tem conseguido mobilizar em torno do voto útil".
Enquanto isso, Lula somou novos apoios políticos importantes.
Oito ex-presidenciáveis de 2018, entre eles a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), decretaram apoio ao petista.
Embora não tenha mencionado nenhum candidato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pediu nesta quinta-feira aos eleitores que votem a favor da democracia nas eleições de 2 de outubro, se distanciando de Bolsonaro.
Na quarta-feira, políticos e intelectuais da esquerda latino-americana publicaram uma carta em que pediam ao centro-esquerdista Ciro Gomes (PDT), terceiro nas pesquisas com 7% das intenções de voto, que renuncie à candidatura para facilitar a vitória de Lula.
"Ainda está em tempo de corrigir seu erro, companheiro Ciro. Fale agora mesmo a seus seguidores, dizendo que a urgência da luta contra o fascismo não deixa outra opção se não apoiar a candidatura de Lula", diz a carta assinada, entre outros, pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz em 1980, e pelo ex-presidente equatoriano Rafael Correa.