A Rádio JM Online, citada em depoimento pelo servidor exonerado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre Gomes Machado, afirmou em nota enviada ao canal CNN Brasil que não recebeu material de campanha do PL, para veiculação das inserções do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). O envio do material às emissoras, conforme já reiterado pelo TSE, é de responsabilidade dos partidos.
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A campanha de Jair Bolsonaro, por meio do ministro das Comunicações, Fábio Faria, alega que rádios de todo o País, sobretudo no Nordeste, deixaram de veicular inserções publicitárias da campanha do presidente. Ao todo, segundo a campanha, teriam deixado de ir ao ar 154 mil inserções.
No momento da acusação, a campanha não apresentou provas, mas disse ter pronta uma "auditoria" sobre as inserções veiculadas em rádios. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, deu o prazo de 24h para que as provas fossem apresentadas no bojo da denúncia ao tribunal, o que foi feito pela campanha de Bolsonaro.
Nessa terça-feira (25), mesmo dia em que a campanha apresentou sua suposta auditoria, o TSE exonerou o o servidor Alexandre Gomes Machado, assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência do TSE.
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De acordo com a Corte, o servidor foi exonerado por conta de assédio moral, inclusive por motivações políticas. Machado, ainda na madrugada desta quarta-feira (26), procurou a Polícia Federal para prestar depoimento sobre sua exoneração. Foi ouvido e alegou ter recebido um email da rádio "JM ON LINE", em que a emissora teria dito que, de 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da coligação de Bolsonaro.
Na tarde de hoje, à CNN Brasil, a emissora disse em nota que "no início da propaganda eleitoral do primeiro turno, a rádio vinha recebendo diretamente dos partidos e coligações mapas de mídia e respectivos materiais para veiculação diária na emissora. Todavia, no início do segundo turno, o mapa dos materiais de uma das campanhas deixaram de ser enviado, tal fato foi detectado no dia 10 de outubro".
A emissora destaca ainda que questionou o TSE e acionou o Partido Liberal (PL, de Bolsonaro), expondo a questão e pedindo que os mapas e materiais voltassem a ser encaminhadas por e-mail, a exemplo do que ocorreu no primeiro turno, o que voltou a ser feito pelo partido, segundo a rádio.
A emissora corrobora ainda que procurou o TSE para um "pedido de orientação", para saber se repunha as inserções ou agiria de outra forma, já que o partido havia deixado de encaminhar o material.
QUAL A DENÚNCIA CONTRA AS RÁDIOS?
A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) atendeu ao pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentou dentro do prazo o que classifica como auditoria das inserções publicitárias do presidente veiculadas em rádios de todo o País.
O problema é que a denúncia feita ao TSE, que já disse não ter responsabilidade sobre a veiculação das inserções, apresenta uma série de inconsistências. Um servidor do TSE também foi exonerado nesta terça-feira (25), o que tem levantado ainda mais teorias conspiratórias envolvendo as acusações da campanha de Bolsonaro.