A candidata a governadora de Pernambuco, Marília Arraes (SD), perdeu 49 inserções comerciais, de 30 segundos cada, ao longo dos dois últimos dias de propaganda eleitoral exclusivamente na TV. A decisão da Justiça Eleitoral atendeu a ação impetrada pela candidata adversária, Raquel Lyra (PSDB), em razão da tentativa de veiculação da imagem da ex-prefeita de Caruaru a uma candidatura nacional.
Neste caso, os vídeos divulgados tentam vinculam Raquel ao presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em razão de aliados políticos da candidata terem declarado apoio ao presidente, e também de que ela seria contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também disputa neste segundo turno.
No entanto, Raquel já afirmou categoricamente, em diversas ocasiões, que não irá fazer campanha para nenhum dos candidatos à Presidência e não vai declarar seu voto.
Outra decisão já havia sido tomada neste sentido, de que a propaganda fosse retirada do ar, mas segundo a campanha de Raquel, sua adversária teria enganado emissoras de TV mandando novamente a peça, mas com outro título, provocando a divulgação de conteúdo irregular.
A maioria do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) seguiu o voto do desembargador Humberto Vasconcelos, vice-presidente do tribunal, de que cabe o direito de resposta pelo fato de a candidata Raquel Lyra ter se declarado neutra em relação à disputa presidencial, e considerou que a veiculação das inserções da forma produzida teve potencial de lhe causar dano na campanha eleitoral. A decisão, porém, cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).