O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), fez o seu primeiro pronunciamento após a derrota, no segundo turno das eleições, para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em um discurso breve, que ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, na tarde desta terça-feira (1º), Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de votos que recebeu.
O tom do discurso focado para sua militância já era esperado, assim como a posição de não reconhecer diretamente a derrota para Lula.
Na ocasião, Bolsonaro também fez referência aos protestos que estão ocorrendo nas rodovias do país, afirmando que "os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o o processo eleitoral".
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“As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir”, disse Bolsonaro.
"A direita surgiu de verdade em nosso país, nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil, nossos sonhos continuam mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso", defendeu o chefe do Executivo.
O presidente também destacou que seu governo enfrentou a pandemia da covid-19 e que, "ao contrário dos seus acusadores", sempre teria "jogado limpo dentro das quatro linhas da Constituição".
"Nunca falei em controlar ou censurar mídias e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", disparou Bolsonaro, sem fazer qualquer tipo de menção sobre o processo de transição do governo.
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O silêncio foi adotado por Bolsonaro desde domingo (30), quando o resultado das urnas mostrou que o líder do PT venceu a disputa com 50,90% dos votos contra 49,10% do atual chefe do Executivo. Ele é primeiro presidente da República a perder uma reeleição, desde que ela foi instituída no Brasil em 1997.
A fala do presidente da República foi acompanhada por parte da sua equipe ministerial: Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Joaquim Leite (Meio Ambiente) Osmar Terra (Cidadania), Marcos Montes (Agricultura), Marcelo Queiroga (Saúde), Cristiane Britto (Mulher e Direitos Humanos). O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto (PL), e o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também estiveram presentes durante o discurso.
Confira o discurso na íntegra:
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim, no dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.
As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir
A direita surgiu de verdade em nosso país, nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil, nossos sonhos continuam mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.
Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos a pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição.
Nunca falei em controlar ou censurar mídias e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado".