Acompanhado da governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra, que na ocasião o chamou de "futuro presidente do PSDB", o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, comentou sobre o convite feito para ser presidente do partido tucano.
O nome de Leite tem sido defendido pelo atual presidente, o pernambucano Bruno Araújo, para assumir o partido a partir do dia 31 de maio de 2023, quando termina o mandato da sua direção. Araújo também enxerga Eduardo Leite como um candidato presidencial competitivo para 2026.
"Houve um chamamento de uma série de lideranças do partido nessa direção. Eu argumentei a eles que eu acabei de ser escolhido o representante do meu estado, sou governador para um novo ciclo de mudanças", disse Leite ao ser questionado pelo Jornal do Commercio.
"Estamos vivenciando um momento crítico de estruturação desse novo governo, embora seja, uma continuidade, ela é dentro de um desafio renovado", declarou o governador, explicando ainda que há quatro anos, o desafio era obter o equilíbrio fiscal e, agora, se trata de performance e a capacidade do governo de entregar as políticas públicas.
"Ouvi os apelos e preciso conversar com aqueles que me cercam, mas eu tenho responsabilidade com o povo do meu estado", completou.
Uma condicionante trazida pelo governador nesta discussão é que esse processo de condução pela presidência do partido, não venha trazer prejuízos ao compromisso imediato que assumiu com a população do Rio Grande do Sul, que o elegeu com mais de 3 milhões de votos.
"Se em alguma condição isso ameaçar o cumprimento da minha missão para qual eu devo me dedicar neste momento, como governador eleito do Rio Grande do Sul, eu não poderei aceitar esse desafio, mas se houver conciliação posso considerar. Vamos ter que conversar nos próximos dias sobre isso”, declarou.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o PSDB não será base do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e nem aceitará cargos da futura gestão. Ao evitar cravar se o partido deverá compor o bloco da oposição, Bruno explicou que isso ainda será discutido com a Executiva do PSDB, mas que os tucanos vão prezar pela governabilidade.
Sobre concordar ou não com esse posicionamento, Eduardo Leite afirmou que já é conhecido o fato de que o PSDB tem divergências com o PT do ponto de vista programático, especialmente no que diz respeito à condução da economia.
“O PSDB é consciente do momento que o Brasil está vivenciando e que exige comunhão de esforços para superação de uma série de desafios. O primeiro deles é o da própria democracia, houve muitos tensionamentos, muitos enfrentamentos, e o país precisa serenar os ânimos, precisa ser dado espaço para o novo governo que foi legitimamente escolhido pelo povo brasileiro", respondeu Leite.
"Em um sistema eleitoral que confiamos e comprovadamente é adequado e corresponde a realidade da decisão do povo brasileiro”, completou o governador, em entrevista à imprensa após participar de um painel na 25ª Conferência Nacional da Unale, na Arena Pernambuco.