POSICIONAMENTO

Mendonça Filho volta a defender que União Brasil adote postura de independência ou de oposição ao governo Lula

O ex-ministro da educação também fez uma avaliação sobre a derrota de Bolsonaro no segundo turno e as manifestações que questionam os resultados das urnas

Cadastrado por

Mirella Araújo

Publicado em 18/11/2022 às 17:40 | Atualizado em 18/11/2022 às 17:45
"Espero que, evidentemente, o presidente eleito cumpra com seus compromissos perante o povo brasileiro", disse Mendonça Filho - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O deputado federal eleito e ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, defende que o União Brasil adote uma postura independente no Congresso Nacional, em relação ao governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou integre o bloco da oposição.

O presidente nacional do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar, se reuniu nesta quarta-feira (16), com a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, em Brasília, para tentar negociar a entrada do partido na base do futuro governo Lula, em troca de espaços na Câmara dos Deputados.

No início do mês, Bivar já havia dito que quer garantir a “governabilidade e sustentação ao presidente Lula” e que não vai ser oposição “de jeito nenhum”. No entanto, segundo Mendonça Filho, a escolha pela atuação independente ou na oposição foi “definida pelo eleitorado brasileiro” e que é preciso respeitar esse eleitorado.

“Espero que, evidentemente, o presidente eleito cumpra com seus compromissos perante o povo brasileiro. Ele tem a missão de unir o Brasil em torno daquilo que interessa a população e a gente quer trabalhar para que o Brasil avance para o futuro”, disse Mendonça Filho.

“Aquilo que for correto vou apoiar, aquilo que for importante para o povo eu também vou apoiar, e aquilo aquilo que for para cobrar, eu serei uma pessoa ativa na oposição para cobrar, denunciar e fiscalizar”, completou o deputado federal eleito, em entrevista à Rádio Folha.

Ele também fez duras críticas sobre os posicionamentos que têm sido adotados por Lula sobre a política econômica do futuro governo. A PEC da Transição, apresentada ao Congresso, nessa quarta-feira, que retira o pagamento do Bolsa Família - atual Auxilio Brasil - no valor de R$ 600, do teto de gastos.

“Ele anunciou um pacote de transição, que é a PEC do ‘arromba teto’ de R$ 200 bilhões para ser replicada durante quatro anos, significa R$ 800 bilhões. Na prática, significa uma percepção de que o Brasil não vai ter controle sobre a dívida pública, os preços vão explodir e a inflação vai subir, juros vai ter que subir, vai vir recessão e desemprego. Para mim é um erro total de posicionamento nesse início de anúncios, não é nem de gestão da equipe do PT”, declarou Mendonça.

DERROTA DE BOLSONARO

Ainda durante entrevista à rádio local, Mendonça Filho fez uma breve avaliação sobre o resultado do segundo turno e, consequentemente, a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), além das manifestações realizadas por bolsonaristas que questionam esse resultado.

Ele considerou três episódios, ocorridos pouco antes do dia 30 de outubro, que podem ter prejudicado a condução da campanha de reeleição de Bolsonaro. O primeira a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que atirou em dois policiais federais que cumpriam um mandato contra o ex-parlamentar

Depois a confusão envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL), que apontou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo. Ela acusou o homem de tê-la agredido, mas nas imagens que circularam na internet, a parlamentar tropeçou e caiu sozinha no momento da discussão.

Ele também falou sobre o vazamento do plano do ministro da economia Paulo Guedes para desvincular o salário mínimo da inflação. "Identificar esses pontos como principais”, disse Mendonça.

Mendonça também não acredita que o pedido feito pelo PL, partido de Bolsonaro, para anular as eleições presidenciais, tenha viabilidade. Segundo Mendonça Filho, vários aliados importantes de Bolsonaro venceram nestas eleições, a exemplo dos governadores de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novos), e do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL).

“A fraude não poderia servir só para presidente da República”, destacou o ex-ministro da Educação, ressaltando ainda, considerar legítimo o direito das manifestações que são contrárias ao resultado. “O direito de questionar é legítimo, mas é preciso ter evidências para se levar adiante isso”, declarou.

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