Alepe avança na discussão sobre presidência da Casa, mas cargo que cuida das finanças é o mais cobiçado

A Primeira Secretaria é a indicação que deverá gerar mais entrave entre os partidos, por ser responsável pela fiscalização e administração das despesas da Casa
Mirella Araújo
Publicado em 01/12/2022 às 19:53
A eleição da Mesa Diretora será no dia 1º de fevereiro de 2023 Foto: RINALDO MARQUES/ARQUIVO ALEPE


A eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) ocorrerá apenas no dia 1º de fevereiro de 2023, mas as discussões já estão em andamento na busca por consensos, principalmente sobre quem poderá ocupar a presidência da Casa. Até o momento dois nomes estão sendo cotados: o deputado Álvaro Porto (PSDB) e o deputado Antonio Moraes (PP).

Diante do cenário ainda muito incerto sobre a composição do novo governo eleito de Raquel Lyra (PSDB), que quebrou a hegemonia de 16 anos de gestão do PSB, os próprios parlamentares afirmam que uma decisão tomada agora, pode ser revertida em poucos dias.

No entanto, o entendimento observado nos discursos de alguns deputados estaduais que falam publicamente sobre o tema, mas sem dar detalhes, é de que as discussões sobre os cargos devem se dar independentemente de quem for compor o bloco governista ou de oposição.

 

Nos bastidores, a informação é de que Antonio Moraes tenta buscar uma unidade, mas tem esbarrado no fato de que para um grupo de parlamentares não seria interessante ter o PP novamente na presidência da Casa Joaquim Nabuco. Por outro lado, Álvaro Porto já teria conseguido firmar o apoio de 35 dos 49 deputados que compõem o legislativo pernambucano.

Estariam constando nesse bloco parlamentares do PT, PV, PCdoB (federação), PSDB, Solidariedade, PSB, PL, Patriota e até mesmo do PP - segunda maior bancada, com 8 deputados estaduais eleitos, três deles já teriam fechado apoio à Porto.

A princípio o grupo defendeu uma pauta propositiva para o poder legislativo, que possa estar mais próxima da população. Outra questão que tem sido defendida é que o candidato a presidente da Alepe, mesmo que possua alinhamento direto com o novo governo, a exemplo de Álvaro Porto, deve buscar uma atuação de autonomia na construção da relação entre o Executivo e o Legislativo.

“Não queremos atrapalhar o governo de Raquel Lyra, mas queremos discutir o fortalecimento da Alepe e que ela seja mais independente. Nós vimos essa relação de subserviência nas gestões dos governadores Paulo Câmara e Eduardo Campos. O que vejo nesse debate não é a busca pela independência do governo, mas uma postura mais autônoma para ajudar na construção desse novo governo”, avalia o deputado estadual eleito Renato Antunes (PL).

O Partido Liberal elegeu cinco deputados estaduais e, pelo critério da proporcionalidade, vai buscar por espaços importantes na composição da Mesa Diretora. 

PRIMEIRA SECRETARIA

Mais do que a presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco, a Primeira Secretaria, ou comumente chamada de “prefeitura da Casa”, responsável pela fiscalização e administração das despesas da Casa, é o espaço mais almejado entre os partidos.

Nesse ponto, o consenso será dificilmente alcançado, sendo apresentado mais de um nome para a eleição interna. O debate deve ser iniciado a partir de janeiro, quando o novo governo assumir o Executivo.

A bancada estadual do PT, PV e PCdoB, que formam a federação, vai se reunir novamente no dia 12 de dezembro para fechar os entendimentos com relação à atuação do bloco na Alepe e os direcionamentos sobre a eleição da Mesa Diretora.

O deputado estadual Doriel Barros (PT), deixou claro que a bancada formada por sete parlamentares têm plenas condições de ocuparem espaços importantes na Mesa Diretora, o que não exclui a indicação para a Primeira Secretaria.

“A Primeira Secretaria é um dos espaços que colocamos como importante para contribuir ainda mais com o fortalecimento da Alepe, mas não temos uma afirmação fechada. Estamos dialogando com os partidos e vamos discutir esses espaços de forma muito tranquila”, disse Doriel.

 “Nossa avaliação é de que todos os cenários estão abertos. É importante colocar que nossa federação tem um peso político relevante, nos colocamos com a terceira maior força da Assembleia, podendo ser um definidor do cenário da mesa”, completou a deputada estadual eleita Rosa Amorim (PT).

O PSB, que tem a maior bancada com 13 deputados estaduais eleitos, também está no páreo para a indicação do 1º secretário e alguns nomes teriam sido colocados à mesa como os dos deputados Rodrigo Novaes, Aglailson Victor e Francismar Pontes.

Na última terça-feira (29), a bancada estadual socialista se reuniu para discutir sobre o posicionamento o seu posicionamento a partir de 2023, mas o presidente da sigla e deputado estadual eleito Sileno Guedes, disse apenas que "inegavelmente, se a bancada seguir unida, tem condições de ocupar espaços importantes”, o que pode incluir a Primeira Secretaria.

 

 

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