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TRANSNORDESTINA: Raquel Lyra encerra ciclo de reuniões e garante articulação para o projeto "estruturador para o Nordeste"

A governadora Raquel Lyra comentou sobre os cenários e alternativas possíveis que vão ser discutidas a fundo com a bancada federal, para que sejam apresentadas ao presidente Lula e Pernambuco possa ser reposicionado no projeto

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 10/02/2023 às 20:32
 Janaína Pepeu / Secom
Governadora reúne bancada federal e conclui primeiro ciclo de encontros com lideranças do estado - FOTO: Janaína Pepeu / Secom

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), concluiu o primeiro ciclo de encontros com lideranças do estado, nesta sexta-feira (10). Foram recebidos no Palácio do Campo das Princesas os senadores Humberto Costa (PT), Teresa Leitão (PT), Fernando Dueire (MDB), e 19 dos 25 deputados federais pernambucanos.

Na reunião foram tratadas as questões referentes à situação do metrô do Recife, o projeto de  transposição do rio São Francisco, e as políticas habitacionais para o estado. Entretanto, a tônica mesmo dos dois encontros, foi sobre a permanência do Ramal Suape-Salgueiro no projeto da Transnordestina.

“Pernambuco, segundo aditivo assinado em dezembro do ano passado, foi retirado da concessão e o Ramal hoje está sem dono. O que estamos fazendo aqui é uma demonstração de unidade em torno de um projeto estruturador para o Nordeste brasileiro”, disse a governadora.

Segundo Raquel, além da mobilização da bancada federal do Congresso, já está prevista uma agenda com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para tratar do tema, nos próximos dias, além de uma "força-tarefa" junto com o Ministério da Casa Civil. 

Um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não está descartado, segundo o senador Humberto Costa.

“Nessa conversa que pretendemos ter com o chefe da Casa Civil [Rui Costa], nós vamos levar esse tema também. Tivemos a informação de que o ministro dos transportes [Renan Filho], que é o responsável pela área, não participou dessa discussão. Então é algo que parece que não teve uma ação coordenada com o conjunto do governo”, afirmou Costa.

Ele se referiu à reunião em que Raquel Lyra participou, na última terça-feira (7), em Brasília, em que foi apresentada uma proposta de conclusão da ferrovia Transnordestina, excluindo o trecho de Suape, tornando Pernambuco um estado de passagem de minério de ferro. Esse formato tem sido defendido pelos governadores Rafael Fonteles (Piauí) e Elmano de Freitas (Ceará) - ambos do PT - e que também participaram da agenda.

“Se for necessário no espaço de tempo mais curto, podemos ir ao presidente Lula, que eu tenho absoluta convicção de que ele jamais permitirá que tenhamos uma obra com esse caráter estruturador beneficiando um ou dois estados”, completou Humberto.

O senador também destacou que o aditivo de contrato, assinado entre a CSN, que devolveu oficialmente ao governo federal o trecho que levaria a ferrovia até o Porto de Suape, e a Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), foi assinado no dia 26 de dezembro do ano passado - no fim da gestão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É importante dizer que essa decisão foi tomada no governo Bolsonaro. Tenho ouvido de alguns deputados até muito assanhados para atacar o governo Lula e que ficaram calados no período que isso foi feito. Essa decisão atende exclusivamente, na minha opinião, ao dono do empreendimento porque na verdade ele não somente controla a ferrovia como tem áreas importantes no próprio Porto lá no Ceará”, disparou Humberto Costa.

A senadora Teresa Leitão também reforçou a defesa de que a obra deste trecho em específico tem um custo e tempo de conclusão menor, e que por isso vale a pena seguir adiante conforme o projeto original.

“A nossa perspectiva é muito mais ampla, em Suape não é só Pernambuco que é beneficiado. Acho que esse é um argumento muito forte, sobretudo, para a gênese dessa obra quando Lula pensou para o desenvolvimento do projeto”, disse a senadora, que estendeu o convite da reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costas, à governadora Raquel Lyra.

COBRANÇA

Quem tem adotado uma postura mais crítica, relembrando que a Transnordestina é uma promessa que não obteve os avanços que se era esperado desde a primeira gestão do governo Lula, é o deputado federal Mendonça Filho (União Brasil).

“Esse é um projeto que nasceu a partir dos sonhos pernambucanos e das principais lideranças históricas do estado, e que já foi adiada por diversas vezes. Estive há 16 anos atrás, em Missão Velha, com o então presidente Lula, quando ele prometia esse ramal e até hoje ele é um projeto virtual”, disse Mendonça, ressaltando que participou de audiências com o ministro Tarcísio de Freitas, que no governo passado era ministro da Integração, cobrando os avanços para a obra.

Já o deputado federal André Ferreira (PL), que foi vice-líder do governo Bolsonaro, minimizou a discussão política em torno do aditivo, que retirou Suape do projeto da ferrovia, ter sido assinado na gestão passada.

“A bancada pernambucana está bastante unida, não só com a Transnordestina, mas com outros projetos importantes para Pernambuco e com certeza vamos tratar isso em conjunto, independente de cor partidária”, declarou o deputado.

ALTERNATIVAS

A governadora Raquel Lyra comentou sobre os cenários e alternativas possíveis que vão ser discutidas a fundo com a bancada federal, para que sejam apresentadas ao presidente Lula e Pernambuco possa ser reposicionado no projeto.

“Pernambuco também colocou a Transnordestina como prioridade junto com o governo federal e agora vamos trabalhar para construir a solução viável e permitir essa integração de modais que vai levar riqueza pelas ferrovias e chegar até o Porto de Suape, e de lá até o Centro Oeste e do mundo”, disse.

O primeiro cenário é a revisão do próprio aditivo que determinou a exclusão do estado no projeto - o texto, inclusive, também só permite fazer uma nova concessão do trecho Salgueiro-Suape após a conclusão dos demais ramais da obra, em até 7 anos.

O segundo ponto seria a autorização firmada com o grupo Bemisa, pois de acordo com a governadora é preciso ter o entendimento ou não, se ainda há o intuito dela fazer a conclusão da obra. Por fim, um outro cenário é sobre o próprio investimento do orçamento geral da União.


 Janaína Pepeu / Secom
Governadora reúne bancada federal e conclui primeiro ciclo de encontros com lideranças do estado - Janaína Pepeu / Secom

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